Educação accionária

Manifesto plural e não democrático pela acção da/na educação.

27.11.05

La France d'en bas

22.11.05

And the oscar goes to... TUPINIQUIM

The BOB's (Best of The Blogs), promovido pelo Deutsche Welle International, deu como grande vencedor do ano o blog argentino "Más respeto, que soy tu madre"; destaque para a votação dos internautas para o blog português TUPINIQUIM, sobre índios brasileiros. Toda a votação e prémios aqui.

21.11.05

OCDE vai avaliar Universidades Portuguesas

A generalidade da Imprensa portuguesa (Publico, DN e JN) acordou hoje extasiada com a ideia de que as Universidades iriam ser avaliadas (pela sua capacidade de preparar recém-licenciados para o mercado de trabalho) - proposto desde 1994.
Perguntas sobre o assunto: sabendo-se que, para já, a avaliação se fará unicamente a instituições voluntárias, que acções concretas decorrerão das avaliações (antecipo, para a generalidade das instituições académicas, postura anacrónica e impertinente): a) redução de docentes, por manifesta incompetência pedagógico/científica (isto quando não convidados pela cunha)? b) reestruturação curricular e diacrónica, que corresponde a ficar refém de modelos anglo-saxónicos (modelo de Bolonha), impraticáveis no luso burgo? c) Financiamento privado?
(Espera-se que, como exemplo, a (ir)responsável pelos cursos da FLUP, que quer(ia) cursos de línguas unilingues, mesmo sabendo "que não há mercado para absorver os licenciados desses cursos", seja, obviamente, obrigada a retratar-se publicamente...)

Parabéns, Professora Madalena Sá e Costa


Madalena Sá e Costa com sua irmã Helena


















Por não ter estado em casa durante o fim-de-semana, só hoje posso endereçar os parabéns à Prof. Madalena Sá e Costa pela passagem dos seus noventa anos. Não a conheço pessoalmente nem tenho com a música tocada qualquer relação, infelizmente só posso apreciá-la auditivamente, mas sei ser seguramente uma das figuras mais marcantes da Arte portuense. Foi, e bem, ontem homenageada no Rivoli do Porto.
Um grande obrigado por partilhar connosco o seu talento e a sua arte.
(A CMP, que tem propagado o vazio cultural desde há quatro anos, associou-se ao evento, foi-me dito, e tentou daí tirar partido. A imbecilidade do costume!)

19.11.05

Não vos ouço, procuro o Plano Tecnológico

18.11.05

Unicef recolhe fundos para compra de vacinas para crianças

Fiquei a saber pelo Proximizade que a "a UNICEF, em parceria com a Editorial Caminho e com os Correios de Portugal, lançou um livro que se insere na campanha de recolha de fundos para a compra de vacinas para crianças". A iniciativa completa pode ser lida aqui.

Causas próximas (inverosímeis)

1)Absolutamente surrreal esta notícia veiculada pela TSF.
2)Há na blogosfera uma discussão interessante, de interesse de todos nós, bloggers, leitores ou simples cidadãos, sobre o putativo controlo que o Governo quer exercer sobre o que se escreve nos blogs (para além das próprias regras estabelecidas pelos servidores, coincidentes um muitos e tantos aspectos). Vale muito a pena ler este post, este e este, assinados por CL das Blasfémias.
Sobre o mesmo assunto, ler esta crónica de António Pina, saída no JN.

A Bestialização do ME

Por precipitação, acusei o DN do estudo sobre o número de faltas dos professores, quando, na realidade, foi o próprio ME quem avançou os números. Para além de ser manipulação pura, pois são baseados em amostragem, não tendo, por isso, rigor científico algum, é da mesma forma uma verdadeira campanha de desinformação para a generalidade da opinião pública, no dia em que foi convocada uma greve de professores.
Em democracia, o que sucedeu é falta de ética política, falta de bom senso e de respeito pela classe docente. Ora, se o ME se apresenta bestial e arrogantemente, convém fazer não uma greve, mas uma longa pausa lectiva (fechem-se as escolas!)até que as reivindicações dos sindicatos, que fazem eco dos seus associados, sejam atendidas e totalmente realizadas.
A ministra, a quem dava credibilidade e benefício de dúvida, comprometeu o seu desempenho à frente do ME. Ninguém irá consigo negociar sem se lembrar da bestialização da sua atitude tomada hoje. Só lhe resta um caminho, obviamente demita-se!

Profs: a greve dos irresponsáveis

Os professores têm sido ao longo de pelo menos vinte anos despojados dos seus mais elementares direitos: direito ao trabalho, direito à competência, direito à dignidade, direito à vida conjugal, direito a salário proporcional a esforço mental e físico desenvolvido, direito a reforma de qualidade e direito à sanidade mental; pelo que digo, e há mais, muito mais, têm direito, justíssimo!, a manifestar a sua indignação, revolta, angústia e preocupação partilhada, pele seu próprio futuro e pelo dos alunos. Deste governo socialista, arrogante, prepotente, autista, incompetente, encunhado e com tiques autoritários, não se pode esperar um ME que lhe escape à influência. No entanto, mesmo se as medidas anunciadas se revelam inócuas, avulsas, incompletas, inconclusivas, impertinentes e atentatórias aos agentes maiores do sistema educativo, há intenção de dialogar essas mesmas propostas (de que se destaca o Estatuto da Carreira Docente e as "aulas de substituição", que os sindicatos a tempo apresentaram alternativas, essas sim, pedagógicas), por isso mesmo benefício de dúvida deve ser dado e, daí decorrendo, suspender a greve - bem sabemos o quanto de cinismo há em mostrar abertura para o diálogo por parte do ME quando a greve estava já anunciada. Outras formas haverá, por ora, de pressionar o governo para os nossos intentos; infelizmente, a greve, que deveria ser o último recurso, tornou-se já uma banalidade, incompreensível para a maioria da população, mesmo se inculta e facilmente manobrável, e desfavorece-nos e fragiliza-nos.
Falar como fala Paulo Sucena, que se mantém a greve, mas que se irá negocial posteriormente com a tutela, é ridículo. Negociar o quê? Só se ja tivesse havido negociações e tivessem falhado seria legítimo, digo eu, apelar à greve. Mas Paulo Sucena vai mais longe: mantém a greve à sexta-feira (como outras havidas no mesmo dia da semana e/ou à segunda-feira) por "razões históricas". Que razões são essas? As do fim-de-samana? Com estes argumentos, «entrega-se o ouro ao bandido», não permitindo que faltem argumentos para nos denegrir e difamar, justissimamente, diga-se. Como se isto não bastasse, há ilustres colegas que fazem greve no aconchego da sua casa. Em três greves que efectuei, fi-las na escola; marca-se posição no local de trabalho, não na cama, não no café, não com a namorada, não nas compras: é na escola que se faz greve.
Ainda assim, a generalidade da comunicação social realça a greve de hoje, como se pode ler aqui e aqui. Nesse ponto, parabéns aos sindicatos por preencherem a agenda dos media (duvido que o mesmo aconteça com a agenda do ME, mas enfim).
Por último, curioso ver as manobras pedantes - uma, duas - do DN online sobre as faltas por nós cometidas (havendo para isso mil e uma razões, embora concorde que se falta em demasia).

Militar Português Assassinado no Afeganistão

Ainda sem se saber pormenores, o Ministério da Defesa dará uma conferência de Imprensa daqui por 15mn, um soldado português morreu e três ficaram feridos em emboscada no Afeganistão, de acordo com esta notícia. Obviamente, este blog solidariza-se com a dor da sua família e lamenta o sucedido, que já se esperava há muito.
Importará perguntar aos senhores políticos do nosso o motivo por que entramos neste tipo de missões e porque o suportamos financeiramente, quando há famílias inteiras a passar fome. Importará perguntar da mesma forma às chefias militares e à soldadesca, o real motivo por que se embrenham em tais missões; desconfio e suspeito que não é por solidariedade humana nem brio profissional (que até se aceitaria). Esperam-se respostas.

José Manuel Durão Barroso



Faz hoje um ano que a Comissão Europeia presidida pelo nosso egrégio PM foi empossada. Um ano depois, convém reflectir sobre o País actual, que Durão Barroso abandonou, e sobre a deriva europeia.
Recomendo a leitura deste artigo, escrito por Thomaz Ferenczi do jornal Le Monde.

17.11.05

Não vos ouço, estou a avaliar

Sobre a greve de amanhã

A ser verdade esta notícia, parece-me bem que se dê o benefício da dúvida ao Governo. Lamenta-se o outro sindicalismo, o radical...

14.11.05

6,800 línguas faladas no mundo



Fonte NTVC.org

O site Línguas do Mundo tem na sua edição de Novembro um estudo sobre as lingua(gen)s existentes no mundo, que calcula serem 6.800. Os mapas e os links da página disponibilizados são pertinentes e importantes e podem ajudar a uma melhor compreensão da diversidade linguística e cultural.

O mapa acima colocado, por curiosidade e de acordo com a mesma fonte, mostra as línguas mais "faladas" na Internet.

Agradecimentos a Dulce Paula pelos links.

13.11.05

Eurailspeed 2005


ETR 500 FS - Trenitalia (Parente afastadíssimo da nossa automotora pendular)


Enquanto no nosso País o governo PS afastou definitivamente os investimentos públicos no Norte, de que o exemplo mais gritante é o afastamento da Alta-Velocidade Porto-Vigo (convinha que o sr. Primeiro-Ministro visse os jornais mais representativos do continente desde há um mês...), em Milão decorreu na semana passada, entre 7 e 9, o quinto congresso e exibição da Alta-Velocidade ferroviária europeia.
Como nós por cá não temos disso, ficam aqui dois links: o primeiro, de um railfan, o segundo o site oficial.

Dia 18 não faço greve e sou contra a greve

As razões apresentadas pelos sindicatos para a greve do próximo dia 18 são equívocas, demagógicas, incorrectas e insultuosas para os seus associados, como tal, se estivesse/fosse professor do ensino público não faria greve, apesar de acreditar, com provas concretas, que este governo não tem ideias concertadas para a Educação do nosso País e está, claramente, a assassinar uma das mais belas e importantes profissões que existem: a docência; por outro lado, como aqui já escrevi, prefere e pretende imputar-se a educar as gerações mais novas em detrimento da formação profissional em nome de números e estatísticas, já para não falar no vil metal poupado ao orçamento.
Os sindicatos queixam-se que os colegas não devem substituir os professores faltosos e que não têm competência para leccionar as matérias dos seus colegas (no caso de faltar um professor de matemática e haver um de português que o substitua, por exemplo). Este é um dos pontos que merece discussão, mas não se pode alegar estritamente estes motivos para sair à rua em protesto. Em entrevista ao canal 1 da RTP esta noite, a ministra da Educação, defendendo-se, e bem, com a ignorância de que desconhecia se os professores faltavam muito ou pouco, dentro dos limites da legalidade, declarou que competia às escolas a criação de mecanismos que permitissem ocupar os alunos no caso de faltarem professores; competiria às escolas a ocupação desses espaços lectivos (não necessariamente curriculares). Esta ideia, que não é nova, diga-se, é pertinente e reveladora de avanço civilizacional, para além de considerar a escola como um espaço social de facto e não mero repositório de crianças e adolescentes.
Lamentavelmente, em Portugal os empertigados professores, que são doutores - mas toda a gente já isso sabe! - são contra. São contra porque não evoluíram nem pensam por si próprios, mau grado reclamarem constantemente reconhecimento da sua (superior) qualidade intelectual, agem de acordo com interesses individuais e corporativistas, não tendo ainda percebido que a Escola é um local de intersecção social, política e científica (e que a educação não se restringe unicamente às matérias e à sala de aula), não apenas um local onde se lecciona das 8 às 12. Ser-se professor é mais, muito mais do que mera presença na sala de aula. Nunca compreendi, finalmente, porque andam todos a mando dos sindicatos e sobretudo de sindicalistas auto-denominados professores, que não leccionam há mais de duas décadas e que preferem os corredores ministeriais a estopada de leccionar.
Pode e deve-se criticar a falta de meios para aplicar esta ideia, feita a pensar nos alunos, porventura os agentes mais importantes das escolas. Não se pode criticar a ideia de per si, pois é falta de visão e reconhecimento que às escolas é dada oportunidade de fazer algo que marque a diferença, junto dos alunos e da comunidade em que se insere.
Na minha escola, sou obrigado a avisar as minhas faltas com 48 horas de antecedência, para efeitos de substituição por outro professor. Claro que posso faltar sem avisar... duas vezes, à terceira posso não ver o meu vínculo de trabalho renovado. Da mesma forma, no início do ano, para além do meu horário, devo comunicar uma manhã e uma tarde para efeitos de substituição de alguém que falte; a minha ida pode passar pela mera aula a turmas minhas, pela colaboração em projectos curriculares ou mera vigilância das salas de informática ou biblioteca. Claro que para poder colaborar nesses projectos devo participar mensalmente em reuniões de projecto, além de, mensalmente, também, ter reuniões nocturnas de grupo para planificar matérias e reuniões de avaliação qualitativa das turmas em que lecciono. Funcionamento empresarial? Absolutamente! Funcionamento lectivo. Tout court!

Contra a requalificação da Avenida dos Aliados

CONCENTRAÇÃO EM DEFESA da AVENIDA DOS ALIADOS e da PRAÇA DA LIBERDADE -Sábado, 12 de Novembro, às 11 H na Praça da Liberdade
A Câmara e a Metro do Porto preparam-se para transformar
a Avenida dos Aliados e a Praça da Liberdade,
de alto a baixo, num deserto cinzento, sem cor e sem alma.
Como já sucedeu no alto da avenida, serão abatidas árvores,
e desaparecerão os canteiros e os desenhos da calçada
para darem lugar ao granito inóspito.
À revelia da lei e do respeito que é devido aos cidadãos,
os portuenses não foram tidos nem achados nesta transformação.
A cidade é de todos, não da Câmara e muito menos da Metro.
Ninguém tem o direito de destruir a memória da cidade
contra a vontade dos cidadãos.
Neste momento decisivo da história da cidade, o Porto precisa de si.
Manifeste-se connosco no sábado, 12 de novembro, às 11h00. Juntos na Praça da Liberdade, pela Praça da Liberdade.

12.11.05

O catolicismo na governação PS


Não deixa de ser curioso constatar as avultadas manifestações de crentes católicos durante as governações PS. Lembro-me de, em 1999, segundo creio, durante o consulado de Guterres, D. Ximenes Belo ter visitado Portugal e nós, revivalistas e colonialistas, termos mostrado ao mundo a nossa arrogância compartilhada com a postura e governo fanfarrão à época (e pequenez, por não termos sido capazes de resolver a situação de Timor mais cedo). O mesmo governo que retirou dividendos políticos da morte de Amália Rodrigues.
A consagração acontecida durante a tarde de hoje, de Lisboa à Virgem Maria, para quem como eu acompanhou com neutralidade, mostrou uma turba sofredora, indignada, desconfortável e descrente no futuro. Durante a ainda governação de Sócrates.

9.11.05

Namoros proibidos - o que temem os professores?

A notícia saída ontem no JN sobre a proibição de namoros na Escola Secundária António Sérgio em Vila nova de Gaia poderia ser anacrónica, mas não é, passa-se no nosso século e na nossa sociedade. Palavra de honra que ainda não percebi, pelas escolas por onde passei, o motivo por que a generalidade dos conselhos executivos fica tão afrontada a ponto de proibir e instaurar mesmo, já chegou a acontecer, medidas disciplinares a alunos "prevaricadores". Parece haver uma certa dificuldade em perceber a idade, as motivações e curiosidades - é assim mesmo que quero escrever - dos alunos. Todos, pelo menos os normais, passamos por isso; é salutar que isso aconteça, é desejável que a adolescência não seja desvirtuada da sua componente sensual e sexual. Sobre este tema, que os alunos, os sérios, reclamam maior informação, louva-se o estudo e a proposta de Daniel Sampaio ao defender uma disciplina curricular que aborde estas matérias, conjuntamente com outras de carácter social integrador; quando instaurada, a escola dará um passo de gigante, ao perceber que não pode demitir-se de questões tão prementes como aquelas.
O que se passou em Gaia é simplesmente estúpido; estúpido a ponto de haver intromissão na sexualidade de cada um dos alunos, que, como se calcula, é do domínio privado; estúpido porque rotula alunos de acordo com as suas opções sexuais, logo racista; estúpido porque ao reprimir trocas de afectos, os tacanhos executivos indiciam praticamente o início do coito, o que não corresponde à verdade (na generalidade dos casos, entre os casais, sejam eles homo ou hetero, há ainda a noção de decoro e de decência).
Sucede comigo, quando vejo alunos a namorar, sorrir-lhes cumplicemente, porque me fazem lembrar outros tempos. Acho das coisas mais interessantes e belas o enamoramento. Acho nojento o despotismo sexual, perpretado por esses caceteiros frustrados e auto-assumidos como guardiães de uma moral verdadeiramente hipócrita, como o que actualmente existe. O que deve a escola fazer? Ter valores, transmiti-los, para além das matérias meramente científicas, e falar de sexualidade comprometidamente com os afectos, paixões e amor. Deve também criar um quadro semântico da envolvência da cumplicidade amorosa: simpatizar, gostar, amar, adorar.
Entretanto, o governo prepara-se para proibir o relacionamento sexual com menores de dezoito anos. Acho mal. Menores há que têm maioridade maior que certos grandes, mas enfim, a minha opinião vale o que vale. Não a cumpri no passado, não posso garantir que a cumpra no futuro.

7.11.05

Casseurs de esquerda e insurrectos II

Depois de um dia a aturar malucos, entre colegas e alunos, deparo-me com as iluminadas afirmações do Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio: "porque nós não queremos ver as imagens tão terríveis de Paris e de algumas cidades da França, temos que defender aquilo que é a capacidade de integração, de conviver com o outro, de termos as minorias que se possam exprimir da forma que queiram. Isso faz parte do nosso país, da nossa cultura". Confesso que estarreci e, se dúvidas houvesse para alguém, Jorge Sampaio não só é ridículo, como inconsequente e pedante. O problema não está, na nossa sociedade, na aceitação dos outros e da sua cultura e da nossa capacidade em integrá-los como nossos (co-cidadãos). O problema está, tantas e quase sempre, nos imigrantes que não se querem adequar à realidade do país que os acolhe, não se esforçam por perceber a cultura e a língua e pretendem viver entre si, sozinhos, à margem. Não querem estudar e muito menos trabalhar; mas de subsídios sabem eles! E isto passa-se porque os sucessivos governos de esquerda não souberam proporcionar-lhes essa ferramenta essencial - nos EUA, por exemplo, só se obtém a cidadania após resposta correcta a questões de história e cultura; nesse mesmo país, há associações cívicas que ministram cursos gratuitos para ajudar à passagem no exame. Os sucessivos governos de esquerda postularam sempre um discurso em que vítima era sinónimo de imigrante. Os resultados estão à vista. Os sucessivos governos de esquerda esperaram sempre que fosse a escola a educá-los na e para a cidadania; o trabalho, porém, tem que ser feito antes, geracional e sincronicamente. Não "apanhá-los" na escola, no momento da revolta e da angústia próprios da idade adolescente, que isso nada adianta.
Mas o Dr. Jorge Sampaio sempre branqueou o banditismo e os insurrectos, não foi? Não me esqueço da sua visita a bairros de imigrantes - que sucessivos governos de esquerda permitiram e incentivaram pela discriminação positiva - branqueando o "arrastão" perpretado por "jovens", provavelmente revoltados com o preço dos gelados ou dos charros.
E sobre os "jovens insurrectos" que polulam nas escolas profissionais que afrontam o trabalho e estudo dos alunos do ensino secundário ao obterem o 12º ano gratuitamente? (Ardilosa estratégia do PS para trabalhar para as estatísticas...) O Dr. Jorge Sampaio não diz nada? Pois não, não diz, porque durante estes dez anos apenas tem sido um adido político do PS.

Casseurs de esquerda e insurrectos II

A esquerda que histericamente descolonizou o ultramar sem cuidar dos interesses pessoais dos seus co-cidadãos - e mesmo da sua integridade física! - , é a mesma que aceita os imigrantes sem lhes exigir um mínimo de confluência de culturas: sob a égide do totalitarismo da cultura dominante, que não querem, inventaram a discriminação positiva e os resultados estão à vista, infelizmente há demasiado tempo e por inúmeras razões que não apenas a insurreição das últimas semanas. O seu triste discurso de esquerda europeia resulta nisto: são franceses (ou portugueses) para os direitos, imigrantes de segunda geração para os deveres (com tudo o que isso comporta de desculpa e desresponsabilidade).
Em Portugal, cuidado com o discurso da extrema esquerda, encarnado a veludo pelo BE! Perante a incompetência governamental e o descontentamento generalizado da população portuguesa, a extrema pode muito bem aproveitar-se do facto para instigar à rebelião e ao rebentamento social!

4.11.05

Casseurs de esquerda e insurrectos

Fotografia reuters


Gostava de saber o que dirá o BE e a generalidade da esquerda portuguesa quando os tumultos vistos desde há 8 dias em Paris (e não só) se alastrarem por imitação a Lisboa e ao Porto. Falarão de jovens socialmente marginalizados (os tais que nem sequer estão inscritos no IEFP por não quererem fazer nenhum e que, pelo mesmo motivo, não concluem os estudos) ou de bandidos e insurrectos, que é o que são?
Depois da desculpabilização de Diana Andringa sobre/pelo/no arrastão...

3.11.05

Portugal, após eleições autárquicas

2.11.05

Estás reprovada!

Foi o que disse hoje a uma aluna, depois de ter desistido de a colocar fora da sala de aula e depois de a referida ter dito "foda-se", "pila" e arrotado por duas vezes. A estória vem já do ano passado. A aluna definitivamente tem qualquer coisa a menos. Entra na sala de aula tarde e aos berros, empurra a porta e não a fecha; quando me cruzo por ela nos corredores, ri-se histericamente e chama-se "storzinho"; vai ao quadro e com o giz parte um dente; lê o jornal na sala de aula; não fala, berra - e muito!; não pergunta, diz "caralho"; levanta-se a despropósito para agarrar os seios (no lugar puxa a camisola para os contar...); levanta-se outra vez a despropósito e liga o telemóvel à corrente; quando a minha paciência acaba e a coloco na rua pergunta "porquê, caralho? ó, paaasstttt! Foda-se!"
Durante um ano expliquei-lhe as regras - conduta e postura na sala de aula -, positivei intervenções, mesmo se não totalmente certas, chamei-a à atenção e à razão, puni, incentivei e reforcei positivamente o seu trabalho, fiz, enfim, o que a minha consciência e brio profissional me ditaram, fiz o que estava obrigado e o que não estava também: falei-lhe ao coração, como se de um familiar ou amigo se tratasse, e eu não sou destas coisas . Pedi ainda ajuda à psicóloga da escola e à directora, que anuíram ao meu pedido e, de facto, me ajudaram. Durou pouco tempo.
Hoje, depois da entrada à bruta e dos arrotos, quando pedia a uma outra aluna que me pronunciasse "pull" e "pantallon" e dela ouvi "pila" (seguido de risos e da desculpa que eu é que ouvia mal), desci pela sala fora disposto a partir-lhe a cara; no último instante detive-me e, com dedo acusatório, disse-lhe "estás reprovada". E está mesmo. Cumpro sempre a(s) minha(s) palavra(s).
P.S.: Uma aluna de outra turma, depois de avisada durante 13 aulas e colocada na rua à 14, pediu-me desculpa por ter sido, passo a citar, "estúpida, mal-educada e insurrecta".

PROXIMIZADE

Proximizade

Proximidade e mão amiga. "Proximizade", feita do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê. Aqui, já está a acontecer.