"Erros meus, má política, demissão ardente?"
É o título do comunicado emitido hoje pela FENPROF que, para além de estúpido, se reveste de mau gosto (o título, não o comunicado).
Teremos nós, docentes, razões de sobra para desconfiar, denunciar e exigir novas políticas educativas e, sobretudo, novos rostos directivos. E temos certamente motivos para estrebuchar de raiva perante um novo concurso com demasiados erros e com demasiados docentes envolvidos (14000 candidaturas recusadas).
O que não me parece razoável é ver Luís Vaz de Camões, um dos símbolos maiores da nossa literatura e da intelectualidade do seu tempo, vilependiado por dirigentes comunistas (que em 1974 o baniram do ensino público), em jeito de rábula. É de um mau gosto a toda a prova.
Haja decoro!
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luís de Camões
Teremos nós, docentes, razões de sobra para desconfiar, denunciar e exigir novas políticas educativas e, sobretudo, novos rostos directivos. E temos certamente motivos para estrebuchar de raiva perante um novo concurso com demasiados erros e com demasiados docentes envolvidos (14000 candidaturas recusadas).
O que não me parece razoável é ver Luís Vaz de Camões, um dos símbolos maiores da nossa literatura e da intelectualidade do seu tempo, vilependiado por dirigentes comunistas (que em 1974 o baniram do ensino público), em jeito de rábula. É de um mau gosto a toda a prova.
Haja decoro!
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luís de Camões
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