Educação accionária

Manifesto plural e não democrático pela acção da/na educação.

21.2.04

Dispensa de docentes na Universidade do Porto

A presente notícia é preocupante, não tanto pela dispensa de docentes, mas porque alguém anda a mentir e a pretender uma auto-vitimização que não existe. A mentira começa na contratação de docentes (ou técnicos superiores?) sob a égide de um rácio que ninguém entende (provavelmente, por conveniência); continua depois perante o desfilar de um número excessivo de alunos nas áreas de formação educativa - se, tal como sucede em Letras, a formação de professores deixa de existir a partir do próximo ano lectivo como até aqui, parece-me razoável pensar em dispensar docentes; a actual Lei de Autonomia Universitária permite que seja da responsabilidade das Universidades a contratação de docentes, sem que haja, por parte do ME, intervenção alguma: alegar que há directivas desse mesmo ministério para que docentes sejam afastados não só é uma enorme falta de honestidade intelectual, como se percebe que os Conselhos Executivos das Faculdades não controlam os diversos departamentos (pseudo) científicos nelas existentes; assim sendo, há coorporativismo e interesses instalados.
P.S.: Há "docentes" contratados a meio do ano que continuam a leccionar nas escolas secundárias, o que para além de rídiculo se reveste de enorme amoralidade.
P.S1.: Como em tudo na vida e em todas as profissões, há na FLUP profissionais de excelência, cujo trabalho cultural, científico e pedagógico são referências incontornáveis. A esses, que souberam ser mestres e leccionaram com a vocação das suas mais profundas convicções, fica um pedido de desculpa por referências tão depreciativas à instituição que os acolhe, bem como uma vénia de respeito e cumprimento.