Não reconverterás!
Não ouvi ainda de nenhum sindicato críticas à política anunciada pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior da "reconversão" de licenciados desempregados, ou seja, pessoas com um curso superior.
Em aparência, a medida parece ser boa, mas o cinismo do seu curricula oculto implica a demonstração de uma política educativa falhada e criada unicamente para uma elite. Da parte do Ministério da Educação, estranhamente, nada se diz. Em aparência, ou aparentemente, a possibilidade efectiva de um ministério denunciar estes números denigre irreversivelmente a política educativa do nosso País; conclui-se, concluo eu, que durante décadas as faculdades formaram ou informaram (quando e se o fizeram) sem terem um estudo prospectivo das reais necessidades do mercado de trabalho futuro(a imbicilidade maior vem do uma responsável da Faculdade de Letras do Porto que, sabendo não haver trabalho para os putativos estudantes das novas licenciaturas unilingues, insiste que esse pormenor não diz respeito à Faculdade...).
Um curso superior deve dotar os seus actores de ferramentas que lhes permitam uma saudável "evolução na continuidade" das matérias e das novidades que as acolhem, para posterior utilização nas suas profissões, sejam elas de docência ou outras. Ora, sabe-se que a academia previligia mais o "vómito" do que o pensamento, o plágio do mestre (auto-intitulado) a uma apurada e reflexiva teorização, a bajulação à meritocracia. Ainda assim, repito, ainda assim, os quatro ou cinco anos do curso preparam ferramentas para um paradigma relativamente estável entre vinte e cinco a trinta anos. Nessa medida, é um pouquito tonto, da parte do IEFP, propor "actividades" a desempregados que passam quase sempre por "cursos de informática", como se os docentes, por exemplo, não preparassem instrumentos de avaliação em Word ou sistematizassem resultados de avaliação em Excel.
Estranho, por isso, as palavras da senhora ministra quando refere indecências como "reciclar", "segunda oportunidade" e outras barbaridades que lembram aos infelizes desempregados (licenciados por/na (sua) vocação) que falharam na sua formação, querendo-lhes imputar um erro que, afinal de contas, não é seu.
O cinismo, porém, não acaba aqui. à minha desconfiança de como se faria a tal reciclagem, percebi hoje a forma como se processará: nas faculdades, claro! E logo naquelas que registam um menor índice de matrículas no primeiro ano. Ou seja, assim como nada se fez com relação a um sistema que não poderia absorver todos aqueles que saíriam com uma habilitação superior, não se "reciclam" actualmente as entidades superiores naquilo que parece óbvio: redução do número de docentes. Devem, por isso, estar gratos pela segunda oportunidade, tendo sido já avisados que tal esforço voluntário não é sinónimo de emprego futuro? A solução para um dos problemas está já encontrada e os senhores assstentes podem dormir descansados (antes isso do que irem para as escolas secundárias leccionar, defendidos por experiência universitária, sem profissionalização realizada). A medida revela-se, assim, puro show off; 800 vagas para reabilitar a Função Pública (eventualmente) não só é ridículo como reveladora de uma política já conhecida de governar pelos media.
Alheio a isto tudo, pois tais medidas, como sabemos, foram ou vão ser tomadas perante o vergonhoso número de docentes desempregados, está o ME. Se, com cinismo ou falta dele, o MCES reconheceu o que há muito se pedia, uma ineficácia universitária e desfasamento entre Universidades e mercado de trabalho, tendo tido uma atitude que se louva, o ME parece não querer fazer nada pelos docentes. Bem sei que trabalhar em exclusividade, o que implicaria melhores salários e mais responsabilização dos docentes, poderá parecer utópico, mas não se abririam portas a uma geração deserdada e abandonada?
Em aparência, a medida parece ser boa, mas o cinismo do seu curricula oculto implica a demonstração de uma política educativa falhada e criada unicamente para uma elite. Da parte do Ministério da Educação, estranhamente, nada se diz. Em aparência, ou aparentemente, a possibilidade efectiva de um ministério denunciar estes números denigre irreversivelmente a política educativa do nosso País; conclui-se, concluo eu, que durante décadas as faculdades formaram ou informaram (quando e se o fizeram) sem terem um estudo prospectivo das reais necessidades do mercado de trabalho futuro(a imbicilidade maior vem do uma responsável da Faculdade de Letras do Porto que, sabendo não haver trabalho para os putativos estudantes das novas licenciaturas unilingues, insiste que esse pormenor não diz respeito à Faculdade...).
Um curso superior deve dotar os seus actores de ferramentas que lhes permitam uma saudável "evolução na continuidade" das matérias e das novidades que as acolhem, para posterior utilização nas suas profissões, sejam elas de docência ou outras. Ora, sabe-se que a academia previligia mais o "vómito" do que o pensamento, o plágio do mestre (auto-intitulado) a uma apurada e reflexiva teorização, a bajulação à meritocracia. Ainda assim, repito, ainda assim, os quatro ou cinco anos do curso preparam ferramentas para um paradigma relativamente estável entre vinte e cinco a trinta anos. Nessa medida, é um pouquito tonto, da parte do IEFP, propor "actividades" a desempregados que passam quase sempre por "cursos de informática", como se os docentes, por exemplo, não preparassem instrumentos de avaliação em Word ou sistematizassem resultados de avaliação em Excel.
Estranho, por isso, as palavras da senhora ministra quando refere indecências como "reciclar", "segunda oportunidade" e outras barbaridades que lembram aos infelizes desempregados (licenciados por/na (sua) vocação) que falharam na sua formação, querendo-lhes imputar um erro que, afinal de contas, não é seu.
O cinismo, porém, não acaba aqui. à minha desconfiança de como se faria a tal reciclagem, percebi hoje a forma como se processará: nas faculdades, claro! E logo naquelas que registam um menor índice de matrículas no primeiro ano. Ou seja, assim como nada se fez com relação a um sistema que não poderia absorver todos aqueles que saíriam com uma habilitação superior, não se "reciclam" actualmente as entidades superiores naquilo que parece óbvio: redução do número de docentes. Devem, por isso, estar gratos pela segunda oportunidade, tendo sido já avisados que tal esforço voluntário não é sinónimo de emprego futuro? A solução para um dos problemas está já encontrada e os senhores assstentes podem dormir descansados (antes isso do que irem para as escolas secundárias leccionar, defendidos por experiência universitária, sem profissionalização realizada). A medida revela-se, assim, puro show off; 800 vagas para reabilitar a Função Pública (eventualmente) não só é ridículo como reveladora de uma política já conhecida de governar pelos media.
Alheio a isto tudo, pois tais medidas, como sabemos, foram ou vão ser tomadas perante o vergonhoso número de docentes desempregados, está o ME. Se, com cinismo ou falta dele, o MCES reconheceu o que há muito se pedia, uma ineficácia universitária e desfasamento entre Universidades e mercado de trabalho, tendo tido uma atitude que se louva, o ME parece não querer fazer nada pelos docentes. Bem sei que trabalhar em exclusividade, o que implicaria melhores salários e mais responsabilização dos docentes, poderá parecer utópico, mas não se abririam portas a uma geração deserdada e abandonada?
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