Mais horas na escola... a fazer o quê?
A Srª. Ministra da Educação, reagindo às acusações de algumas entidades sindicais, disse não compreender como é que mais horas passadas na escola pelos professores - eventualmente em actividades extra-curriculares, as chamadas palhaçadas pedagógicas - comprometia o sucesso escolar.
A resposta é simples: Portugal só está na Europa geograficamente; às escolas falta tudo, nomeadamente, material didáctico paras as suas aulas e espaços (gabinetes) e ferramentas adequadas onde os professores possam trabalhar tranquilamente - planificação de aulas, correcção de exercícios e testes, realização de provas de exame, pesquisa na Internet, etc. (Sobre isto, conviria perguntar ao Sr. Guterres como anda a sua antiga paixão pela educação...)
Eu trabalho melhor em casa, no aconchego do meu computador e com a benevolência do silêncio da minha moradia. Ah! E não me perco em conversas discipientes na sala dos professores.
A Srª. ministra deveria preocupar-se em devolver aos professores a sua condição plena de docência e menos em teimar fazer de nós animadores sociais.
Ao fazê-lo reconhece, mesmo que o não queira, o falhanço das políticas sociais e laborais implementadas pelo seu governo e pelos anteriores.
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