Educação accionária

Manifesto plural e não democrático pela acção da/na educação.

29.2.04

Blogs: Blasfémias para as Palavras em Férias

A efemeridade da blogosfera pode ser vista pelo desânimo de Jacky, que se quer ir embora das Palavras em Férias. É pena, pois não nos devemos vergar nem subverter a imbecilidades e, sobretudo, imbecis; não a conheço pessoalmente, mas o seu blog deixa antever a bomomia do seu carácter e uma imensa solidariedade humana, para além de vasta cultura e estética que não deve ser desprezada. Não a podemos deixar desistir. Não pelos motivos que evocou. Vamos ao site dela insultá-la!
Entretanto, em consulta ao technorati, fiquei a saber que o educação accionária está "linkado" pelas "Blasfémias" - ainda sem posts, promete, no entanto, marcar a diferença. "A Blasfémia é a melhor defesa contra o estado geral de bovinidade", e está tudo dito, a renovação da blogosfera não pára.
Juntam-se, assim, em cumplicidade Mata-Mouros, Cataláxia e Cidadão Livre. Acho bem.
Ah, sejam muito re-bem-vindos!

ATENÇÃO! DGAE mudou endereço

Concurso de docentes faz-se através do site da Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação.

A DGAE, a que todos temos que ir nos próximos dias, mudou o endereço.
Em princípio, o endereço antigo redirecciona-nos para a página onde estão os concursos, mas... não vá o diabo tecê-las, o novo endereço é este
: http://www.dgrhe.min-edu.pt/ (para escrever, caso seja necessário, no browser).

Acabo de ver alguma documentação disponível relativa ao concurso e não poso deixar de me sentir envergonhado pela incompetência redactorial do ME! Assim, até dá vontade de não concorrer...Erros ortográficos e sintácticos são inadmissíveis numa página governamental.

Educação Parental

Não, minha cara CR, não é a mesma coisa (aliás, não tem nada mesmo a ver) que homeschooling (texto abaixo). De qualquer modo, a notícia, que dá conta de uma iniciativa da Universidade Católica, merece ser lida.

O Fantas acabou...

Retrato de Portugal

Foi-me recomendada a leitura deste texto. Deixo aqui o link para a ousadia de Rui Miguel Duarte. Ficção muito boa, sem dúvida.

4748

É o número de vagas que o ME disponibiliza para o concurso de docentes deste ano. Os números podem ser vistos aqui.
Ainda estou à procura do número de colegas (do quadro de nomeação definitiva) que também leccionam em institutos privados. Não é por eu pensar que "tiram" lugar aos novos. Não! É só por interesse estatístico... quando estiver pronto, eu posto.

(À ) Deriva

Ainda não descobri como souberam da minha caixa de correio privada. Em todo o caso, apareceu mais uma editora. O site pode ser visto neste endereço.

27.2.04

Ruy Belo



Mulher sentada

Essa mulher sentada de ribeiro de pavia
nas maçãs salientes risco ao meio e ancas arqueadas
(das pernas nada digo pois sou púdico e além disso há a mesa de permeio)
essa mulher durante tantos anos perseguida e só muito raras vezes conseguida
no mínimo desenho do pintor alentejano
finalmente perdida como tudo com a vida essa mulher amendoada
mas de cabelo louro (oxigenado?) e de dois olhos
possivelmente obtidos a partir desse lápis-lazúli
ainda não há muito visto mesmo mais que entrevisto
em dois botões de punho que o hernani me deixou ao voltar para o chile
entre compreensivos conviventes versos sobre a mesa do meu quarto
de solteiro e amiúde solitário
da casa do brasil onde em madrid envelheci um ano
esse lápis-lazúli que eu esquecera em roma numa mesa de oratório
e tão bem conhecia do antónio nobre onde me conhecera
não menos que em courelas do guerreiro ou do costa alemão
(já não sei qual dos dois) concretamente se chamava
silicato complexo de alumínio e sódio
(que forma mais complexa se utiliza - lembro-me - pensava -
pra nomear uma só pedra embora rara baça sonhadoramente azul
que já de si se chama de maneira complicada)
essa mulher sentada jamais pode conhecer
quem envelhece ao fim do corredor dos dias
e acaba de passar ao lado de umas árvores moldadas despenteadas pelo vento
sob a macia abóbada do lusco-fusco
num carro porventura expressamente encarregado
de difundir esse quarteto salvo erro número dois de haydn
entre as íntimas ervas dos velados campos
onde perdeu coisas concretas como a sua juventude
um búzio um rancho de mulheres ou o varejo da azeitona
alguns cabelos uma chave ou uma rima original
Raios a partam e depois de todos estes digressivos versos
essa mulher na mesma ali sentada e assentada
sozinha à minha espera à espera de um sentido para a vida
à espera de um marido à espera do natal

Ruy Belo
Transporte No Tempo
Editorial Presença

26.2.04

Chegou o concurso! YUPI!

Presta atenção: hoje, 27, vai sair em Diário da República a abertura do concurso.
No dia 1 de Março, e por uma semana, o dito.

Se queres informações e és alinhado, clica aqui;
se não és e queres ser, é aqui que tens que ir;
se és desalinhado, já sabes que é por aqui;
se queres ter uma profissão reconhecida, dignificada e informações sobre o concurso , passa o rato por aqui. É simples.

Este país de literatos...

Perguntava-me LS por e-mail "mas porque será que só se fala da matemática? E o português que é indispensável para que compreendam a metemática?", enviando-me ao mesmo tempo um link para este forum.
A minha resposta não pode ser mais clara: o Português (língua, cultura e literatura - a ordem é indiferente) é uma condição inata a todos os nossos co-cidadãos uma vez; aos docentes, de qualquer disciplina (pois se há físicos e juristas a corrigirem "o português" dos seus alunos...!) duas vezes.
E pronto! Todos são linguisticamente competentes. Esperemos é que o ME não descubra. Já imaginaste daqui por dez anos a dizermos aos nossos netos: naquele ano houveram muitos despedimentos a português...

Ordem desorientada

Confesso a minha tristeza quando leio as notícias relativas à criação da nossa ordem profissional.
Pelo que tenho visto, há sindicatos, sem representatividade alguma, que avançam intrepidamente pela criação da dita; ora, o que me quer parecer é que, sob o estigma de tal criação, pretendem apenas substituir sindicalistas que mendigam o poder. Fazendo-o, denigrem a nossa classe e desvirtuam completamente a os princípios basilares que devem nortear tal Ordem.
Vale a pena ler este comunicado e esta notícia, as conclusões serão óbvias.
Lamento ainda a infantilidade e futilidade de tantas e tantas opiniões descricionárias: por favor, calem-se, estão apenas a fazer um favor a quem não nos quer pôr na Ordem!

23.2.04

TIC

Le Café Pédagogique

22.2.04

Israel ou o muro da imbecilidade, amanhã em Haia


As posições que o estado de Israel defenderá oralmente amanhã, perante o International Court of Justice, podem ser lidas por aqui.
Ainda não se sabe quando os EUA farão o mesmo, a propósito da fronteira com o México.

Prosa microscópica ou microscopia da prosa

A info-escrita (principalmente dos blogs) pode estar a criar novos géneros e modos. A curta prosa que se segue abre caminhos.

Bárbara Wong

Já não suportava a ideia de escrever, novamente, como título, Educação Sexual. Assim, fica o nome da jornalista que preparou este pequeno e pertinente dossier.
(Cuidado com a redacção: lê-se a dada altura "Professores de Moral São Os Melhor Preparados para Trabalhar Educação Sexual", o que, convenhamos está muito mal dito. Quando se utilizam comparativos com particípios passados (absolutos ou não) deve escrever-se mais bem. Sobre isto, este blog pode dar uma ajuda.)

Concurso literário para Blogs

O blog "Ene Coisas" está a promover o primeiro concuros literário para bloguistas (e blogueiros). Vale a pena consultar o site.

21.2.04

Sous les pavés, la plage

Só por distracção não inseri o blog da extinta zonaNon. Aqui fica.

Portugal

Quanto ao País que somos, ah...bem..., pois, ok.

(Ainda bem que Pacheco Pereira é a voz dissonante e afinada no/do País que fala e pouco faz.)

Dispensa de docentes na Universidade do Porto

A presente notícia é preocupante, não tanto pela dispensa de docentes, mas porque alguém anda a mentir e a pretender uma auto-vitimização que não existe. A mentira começa na contratação de docentes (ou técnicos superiores?) sob a égide de um rácio que ninguém entende (provavelmente, por conveniência); continua depois perante o desfilar de um número excessivo de alunos nas áreas de formação educativa - se, tal como sucede em Letras, a formação de professores deixa de existir a partir do próximo ano lectivo como até aqui, parece-me razoável pensar em dispensar docentes; a actual Lei de Autonomia Universitária permite que seja da responsabilidade das Universidades a contratação de docentes, sem que haja, por parte do ME, intervenção alguma: alegar que há directivas desse mesmo ministério para que docentes sejam afastados não só é uma enorme falta de honestidade intelectual, como se percebe que os Conselhos Executivos das Faculdades não controlam os diversos departamentos (pseudo) científicos nelas existentes; assim sendo, há coorporativismo e interesses instalados.
P.S.: Há "docentes" contratados a meio do ano que continuam a leccionar nas escolas secundárias, o que para além de rídiculo se reveste de enorme amoralidade.
P.S1.: Como em tudo na vida e em todas as profissões, há na FLUP profissionais de excelência, cujo trabalho cultural, científico e pedagógico são referências incontornáveis. A esses, que souberam ser mestres e leccionaram com a vocação das suas mais profundas convicções, fica um pedido de desculpa por referências tão depreciativas à instituição que os acolhe, bem como uma vénia de respeito e cumprimento.

19.2.04

Ordens dos Médicos traz felicidade!

Andava preocupado com as posições coorporativas da OM, sobre a Saúde em Portugal, mas eis que nos dizem isto! Momento raro de felicidade. Mas então...se não há falta de médicos, onde é que eles estão?
Brincalhona, esta OM!

«Implantação da Educação Sexual»

Aos gritos, aos saltos e aos pinotes na baixa do Porto, ouvia-se, entre outras imbecilidades, "se és contra a revisão curricular, atira balões de água aos polícias (políticos?)", "queremos educação sexual nas escolas" e "aprender a colocar o preservativo"! Se dúvidas houvesse que só por generosidade os catraios do Secundário se manifestavam, a "implantação" deixa adivinhar a emergência de uma ideologia.
Esta obsessão pela Educação Sexual, além de preocupante, revela o estado de profundo adiantamento mental em que se encontra a maioria dos nossos alunos (que os próprios não sabem se são alunos ou estudantes...); revela, sobretudo, a evidência do cordel suportado pela mão dos partidos de esquerda - trauliteira e demagógica. (Lembremo-nos dos recentes temas por si defendidos - ou da forma como o fazem, mesmo ao arrepio do bom senso - e estamos conversados.) A quem interessam? A uns poucos e a um parco estilo de vida que tem pouco de usual e muito de vicioso.
A manifestação a que hoje assisti, mostrou-me uma ignorância desmedida, pouca sabedoria curricular e linguística, exigências de quem parece não saber o que são direitos e deveres de cidadania, clarificou que a palavra solidariedade nunca se lhes colocou e que caminham a passos largos para a desresponsabilização sexual sem o saberem. O tema é sério, desta forma é irrelevante e pena é que seja notícia.
A questão que importa colocar é de quem é a culpa por estas atitudes de pequena burguesia de esquerda: da escola? dos professores? dos pais? do sistema (sim, que tal como na FPF, também o ME tem um)? do imediatismo/mediatismo que a sociedade exigue e nos faz por ela pugnar? da busca fácil de um bode expiatório? da mudança/imposição de novos valores? da atitude precipitada, porque progressista, da generalidade dos actantes educativos?
Questões complexas, sem dúvida, mas que poderiam ser evitadas se as acções fossem ponderadas; continuo a dizer que Mariana Cascais tem razão na delimitação de uma nova área curricular (que, por não cair no espectáculo e pelo ensinamento do onanismo que o PSR tanto gosta, tanto tem sido criticada!) e que muitas das queixas espatafúrdias dos nossos alunos acabariam no dia em que as aberrações chamadas associações de estudantes fechassem. Não sendo contrário à sua existência, não lhe encontro, todavia, importância alguma para o funcionamento da escola - se as associações nas universidades estão no ponto infantil em que estão, pense-se como estarão as das do secundário.
Importante mesmo, é esta notícia, que representa a globalidade do parque escolar, e esta reflexão, saída no Expresso.
O resto...

16.2.04

Homeschooling - por uma educação divergente de pleno direito



Desde sempre, ou desde que a Lei o permite, que as elites mais ou menos bem pensantes ministram aos seus educandos um género de educação diferente, chamada homeschooling.
Esta "posta" não considera as virtudes ou defeitos de tal...mas, por que existe? O sistema educativo não é suficientemente abrangente, na recepção aos/dos alunos e na oferta curricular.
Célestin Freinet, Montessori, Oury, Steiner, cousinet, John Holt e Neil podem ser vistos em "Une autre école est possible" - cuja infoteca é bastante completa.
Dados relativos a John Holt podem ser vistos nesta página e nesta outra.
Para uma bibliografia relativa ao assunto, em inglês, por favor, ir até aqui.
Por fim, cá por casa, há esta página sobre Ivan Illich e a Educação sem Escola bastante meritória.

Dicionário Baldas

Também eu me estou a baldar para a actualização deste blog. Dicionário Baldas, mais nada!

Lusofonia periga na Europa

A dificuldade em manter aulas de Língua e Cultura portuguesas pode ser lida aqui.

14.2.04

Citações de Basarab (que ficam bem em qualquer discurso educativo)

" Au bout de la spécialisation : l'incompétence. Les différentes disciplines ne sont pas des portes vers l'inconnu, mais plutôt des territoires jalousement gardés. Le voyageur de l'inconnu doit s'engager sur l'étroit chemin qui n'appartient à aucun de ces territoires. Sous la menace des gardiens de tous ces territoires."

" La science, l'art et la Tradition sont le ternaire vivant de la transdisciplinarité. C'est pourquoi la transdisciplinarité a existé en germe depuis la nuit des temps ...."

" La seule approche réaliste aujourd'hui est l'utopie."

" La différence entre Occident et Orient est d'un autre âge. A l'ère transdisciplinaire il n'y aura que l'Aurore naissante."

" A l'ère transdisciplinaire, le monde sera empli par le silence de la parole poétique."

Basarab Nicolescu (né en 1942) physicien et poète
extraits de "Théorèmes poétiques"

Carta da Transdisciplinaridade

Há uma semana anunciei a intenção de aqui colocar a Carta Transdisciplinar. Por falta de tempo, tal não me foi possível. Enquanto lamento, duas advertências: o ano é de 1994 e não 96, como escrevi; não sei da minha tradução em Português, por isso... ei-la! (Mais tarde em língua Lusa e com linkagem.)



Charte de la Transdisciplinarité


«Préambule:

Considérant que la prolifération actuelle des disciplines académiques et non-académiques conduit à une croissance exponentielle du savoir ce qui rend impossible tout regard global de l'être humain ,

Considérant que seule une intelligence qui rend compte de la dimension planétaire des conflits actuels pourra faire face à la complexité de notre monde et au défi contemporain d'autodestruction matérielle et spirituelle de notre espèce,

Considérant que la vie est lourdement menacée par une technoscience triomphante, n'obéissant qu'à la logique effrayante de l'efficacité pour l'efficacité,

Considérant que la rupture contemporaine entre un savoir de plus en plus accumulatif et un être intérieur de plus en plus appauvri mène à une montée d'un nouvel obscurantisme, dont les conséquences sur le plan individuel et social sont incalculables,

Considérant que la croissance des savoirs, sans précédent dans l'histoire, accroît l'inégalité entre ceux qui les possèdent et ceux qui en sont dépourvus, engendrant ainsi des inégalités croissantes au sein des peuples et entre les nations sur notre planète,

Considérant en même temps que tous les défis énoncés ont leur contrepartie d'espérance et que la croissance extraordinaire des savoirs peut conduire, à long terme, à une mutation comparable au passage des hominiens à l'espèce humaine,

Considérant ce qui précède, les participants au Premier Congrès Mondial de Transdisciplinarité (Convento da Arrábida, Portugal, 2-7 novembre 1994) adoptent la présente Charte comprise comme un ensemble de principes fondamentaux de la communauté des esprits transdisciplinaires, constituant un contrat moral que tout signataire de cette Charte fait avec soi- même, en dehors de toute contrainte juridique et institutionnelle.



Article 1 :
Toute tentative de réduire l'être humain à une définition et de le dissoudre dans des structures formelles, quelles qu'elles soient, est incompatible avec la vision transdisciplinaire.

Article 2 :
La reconnaissance de l'existence de différents niveaux de réalité, régis par des logiques différentes, est inhérente à l'attitude transdisciplinaire. Toute tentative de réduire la réalité à un seul niveau régi par une seule logique ne se situe pas dans le champ de la transdisciplinarité.

Article 3 :
La transdisciplinarité est complémentaire de l'approche disciplinaire ; elle fait émerger de la confrontation des disciplines de nouvelles données qui les articulent entre elles ; et elle nous offre une nouvelle vision de la nature et de la réalité. La transdisciplinarité ne recherche pas la maîtrise de plusieurs disciplines, mais l'ouverture de toutes les disciplines à ce qui les traverse et les dépasse.

Article 4 :
La clef de voûte de la transdiciplinarité réside dans l'unification sémantique et opérative des acceptions à travers et au delà des disciplines. Elle présuppose un rationalité ouverte, par un nouveau regard sur la relativité des notions de "définition" et d'"objectivité". Le formalisme excessif, la rigidité des définitions et l'absolutisation de l'objectivité comportant l'exclusion du sujet conduisent à l'appauvrissement.

Article 5 :
La vision transdisciplinaire est résolument ouverte dans la mesure où elle dépasse le domaine des sciences exactes par leur dialogue et leur réconciliation non seulement avec les sciences humaines mais aussi avec l'art, la littérature, la poésie et l'expérience intérieure.

Article 6 :
Par rapport à l'interdisciplinarité et à la multidisciplinarité, la transdisciplinarité est multiréférentielle et multidimensionnelle. Tout en tenant compte des conceptions du temps et de l'histoire, la transdisciplinarité n'exclut pas l'existence d'un horizon transhistorique.

Article 7 :
La transdisciplinarité ne constitue ni une nouvelle religion, ni une nouvelle philosophie, ni une nouvelle métaphysique, ni une science des sciences.

Article 8 :
La dignité de l'être humain est aussi d'ordre cosmique et planétaire. L'apparition de l'être humain sur la Terre est une des étapes de l'histoire de l'Univers. La reconnaissance de la Terre comme patrie est un des impératifs de la transdisciplinarité. Tout être humain a droit à une nationalité, mais, au titre d'habitant de la Terre, il est en même temps un être transnational. La reconnaissance par le droit international de la double appartenance - à une nation et à la Terre - constitue un des buts de la recherche transdisciplinaire.

Article 9 :
La transdisciplinarité conduit à une attitude ouverte à l'égard des mythes et des religions et de ceux qui les respectent dans un esprit transdisciplinaire.

Article 10 :
Il n'y a pas un lieu culturel privilégié d'ou l'on puisse juger les autres cultures. La démarche transdisciplinaire est elle-même transculturelle.

Article 11 :
Une éducation authentique ne peut privilégier l'abstraction dans la connaissance. Elle doit enseigner à contextualiser, concrétiser et globaliser. L'éducation transdisciplinaire réévalue le rôle de l'intuition, de l'imaginaire, de la sensibilité et du corps dans la transmission des connaissances.

Article 12 :
L'élaboration d'une économie transdisciplinaire est fondée sur le postulat que l'économie doit être au service de l'être humain et non l'inverse.

Article 13 :
L'éthique transdisciplinaire récuse toute attitude qui refuse le dialogue et la discussion, quelle que soit son origine - d'ordre idéologique, scientiste, religieux, économique, politique, philosophique. Le savoir partagé devrait mener à une compréhension partagée fondée sur le respect absolu des altérités unies par la vie commune sur une seule et même Terre.

Article 14 :
Rigueur , ouverture et tolérance sont les caractéristiques fondamentales de l'attitude et de la vision transdisciplinaires. La rigueur dans l'argumentation qui prend en compte toutes les données est le garde-fou à l'égard des dérives possibles. L'ouverture comporte l'acceptation de l'inconnu, de l'inattendu et de l'imprévisible. La tolérance est la reconnaissance du droit aux idées et vérités contraires aux nôtres.

Article final :
La présente Charte de la Transdisciplinarité est adoptée par les participants au Premier Congrès Mondial de Transdisciplinarité, ne se réclamant d'aucune autre autorité que celle de leur oeuvre et de leur activité.

Selon les procédures qui seront définies en accord avec les esprits transdisciplinaires de tous les pays, la Charte est ouverte à la signature de tout être humain intéressé par les mesures progressives d'ordre national, international et transnational pour l'application de ses articles dans la vie.

Convento da Arrábida, le 6 novembre 1994

Comité de Rédaction
Lima de Freitas, Edgar Morin et Basarab Nicolescu»

Da! Kolmi ou andaká!

O instituto Camões e a exploração didáctica: o desabafo de uma colega

Há exactamente uma semana fiz sair uma "posta" sobre o Instituto Camões,a Exploração didáctica e a minha indignação. LSS, por mail, escreveu o que se segue.

«Enquanto ex-orientadora de estágio (actividade a que me dediquei
voluntariamente e com todo o empenho e dedicação de que fui capaz) sinto-me «lesada» pela crítica implícitata à expressão «exploração didactica»: é a que nos foi inculcada ao longo de todo o nosso percurso académico como forma de nos referirmos às técnicas que usamos para analisar um documento; e, embora possa não ser a mais correcta, é a que conhecemos! Claro que o termo exploração tem um significado muito mais lato que a «decifração» do conteúdo de um documento, mas esta também exige esforço, por vezes uma grande luta, leva a enfrentar «perigos» e imprevistos e deve conduzir-nos a um bom resultado, não ao nível económico, mas cultural e de conhecimentos. Os autores apresentados não serão, talvez, os mais representativos da
literatura portuguesa, mas a lusofonia é tão vasta que inclui cores, credos,
continentes com realidades culturais e civilizacionais muito diversas e
devemos, enquanto prof. de português, estar abertos a todas as experiências.
É necessário divulgar os novos autores e não apenas os consagrados,
trabalhar quer a prosa quer a poesia - ainda não percebi porque afastaram
dos programas de port. a poesia trovadoresca, Fernão Lopes, Garrett,
Herculano e tantos outros que nem como leitura extensiva aparecem sugeridos, e até «Os Lusíadas» foram «empurrados» para o 12º ano. Tratando-se de autores pouco habituais nos manuais, o Instituto Camões resolveu ajudar os profs apresentando propostas de análise de textos e que como tal devem ser tomadas. Cabe a cada um de nós aproveitar da melhor maneira esta sugestão: não deve ser vista como limitadora da nossa criatividade nem como obrigatoriedade; no entanto há, cada vez mais, prof. que se limitam apenas ao que é apresentado nos manuais adoptados nas suas escolas ou noutros, ao que já aparece resolvido (e com as propostas de resposta ou de correcção, como lhe queiram chamar), porque, para estes, o importante não são os alunos e o seu desenvolvimento, mas os resultados (notas e níveis de aproveitamento) para mostrarem tetrem feito um bom trabalho (quer aos outros elementos da escola, quer junto dos encarregados de educação). Também é verdade que nos é exigido um esforço desmesurado (22 h lectivas, mais preparação de aulas, mais actualização permanente, mais actividades extra-curriculares... e nós não somos de ferro e mesmo este também enferruja!) e que acabamos por cair na rotina quando leccionamos os
mesmos conteúdos programáticos anos seguidos - e a possibilidade de escolha e de mudança é cada vez menor: o ministério pretende fazer-nos optar pela escolha do nível em que pretendemos leccionar e atenção aos novos concursos porque quem for colocado numa EB23 passa a só poder leccionar ao 3º ciclo. Estamos a ficar cada vez mais limitados e condicionados pelas necessidades economicista do governo... e como não-classe que somos nunca nos conseguimos unir para fazer valer e defender os nossos pontos de vista nem os nossos direitos. Já chega!»
LSS

Cidades Educadoras em Santa Maria da Feira - as conclusões

O que abaixo se segue são apenas pequenas comunicações entre mim e a CM Santa Maria da Feira (pelouro da Educação), relativamente a um encontro das Cidades Educadoras. Penso que o teor dos e-mails é suficientemente esclarecedor.

---- Original Message -----
From:
To:
Sent: Monday, February 09, 2004 7:54 PM
Subject: Cidades educadoras


> Exmo. Sr.: A propósito do congresso das Cidades Educadoras, gostaria
> de lhe perguntar se seria possível enviar-me documentação (ou
> linkagem) por forma a incluí-la neste site que administro
> http://educa.blogspot.com
> Com os melhores cumprimentos
>
> o Webmaster
> RJB



ara respondeeduca@aeiou.pt
De Nelson Costa
Assunto Re: Cidades educadoras
Original consultar


Boa tarde!

O site da Câmara: www.cm-feira.pt

o site da Associação de Cidades Educadoras: www.edcities.org.

Se quiser, podemos enviar press releases, caso nos dê mais info sobre esse
site.

Cumps,
Nelson Costa

----- Original Message -----
From: "Pelouro da Educação"
To: "Nelson Costa"
Sent: Tuesday, February 10, 2004 9:09 AM
Subject: Fw: Cidades educadoras


>
> ----- Original Message -----
> From:
> To:
> Sent: Monday, February 09, 2004 7:54 PM
> Subject: Cidades educadoras
>
>
> > Exmo. Sr.: A propósito do congresso das Cidades Educadoras, gostaria
> > de lhe perguntar se seria possível enviar-me documentação (ou
> > linkagem) por forma a incluí-la neste site que administro
> > http://educa.blogspot.com
> > Com os melhores cumprimentos
> >
> > o Webmaster
> > RJB




----- Original Message -----
From:
To:
Sent: Tuesday, February 10, 2004 8:56 PM
Subject: re: cidades educadoras


> Exmo. Sr. Nelson Costa:
>
> Agradeço, desde já, a sua resposta, mas tenho que lhe dizer isto, sob
> pena de parecer arrogante: nada tenho que dizer sobre o site,
> consulte-o e tire as suas próprias conclusões. Lamento se não me der
> mais informação, pois acompanhava com interesse o congresso que
> quinta-feira vai haver na sua cidade. Quanto aos endereços, o da
> câmara já conhecia, o outro é irrelevante; se consultar o meu texto
> sobra as "cidades educadoras" verá que o s meus são melhores.
> Apesar de tudo, ainda espero mais informação
>
> Com os melhores cumprimentos
> o webmaster
> RJB


respondeeduca@aeiou.pt
De Nelson Costa
Assunto Re: cidades educadoras
Original consultar


Ex.ma Senhora,

O que vai acontecer aqui amanhã é uma reunião e não um congresso.

Se desejar maia informação, agradeço um contacto para o telef 256 370 888.

Cumprimentos,
Nelson Costa


(Palavras para quê? É uma instituição portuguesa, com certeza!)
(Obs.: 1) não sou senhora, sou um cavalheiro; 2) realmente, sem ter necessidade de o fazer, telefonei para o número que me foi indicado durante 02:53, sem resultado algum.)

13.2.04

Fantasporto

Contagem decrescente: faltam três dias para isto.

12.2.04

Boa Tarde Às Coisas Aqui Em Baixo

durmo e o coração vela; essa é a voz do meu amado que bate dizendo abre-me minha irmã, amiga minha, pomba minha, imaculada minha; minha cabeça está coberta de orvalho e gotas da noite escorrem dos meus cabelos; já despi a minha túnica: como irei vesti-la? Já lavei os meus pés: como irei sujá-los? o meu amado introduziu os dedos pela fresta da porta; as minhas entranhas ficaram alvoraçadas; levantei-me para abrir ao meu amado, das minhas mãos evolava-se mirra e mirra líquida escorria dos punhos da tranca; abria ao meu amado mas ele já se afastara; busquei e não o achei; gritei e não me respondeu; acharam-me os guardas que rondam a cidade, bateram-me, aleijaram-me, arrancaram a minha manta; eu vos conjuro, filhas de Jerusalém: se encontrardes o meu amado saiba ele que estou morrendo de amor



põe-me como um selo sobre o teu coração, como um selo sobre o teu braço: porque o amor é forte como a morte e a paixão cruel como o inferno; são clarões de fogo os seus clarões, a mesma chama do senhor: muitas águas não bastam para apagar o amor, nem as tormentas podem afogá-lo na correnteza; se um homem desse todos os seus haveres em troca do amor, seria mesquinho porque nada teria dado



sou um muro e torres serão os meus peitos: assim, diante dos seus olhos, fui alguém que encontrou a paz; Salomão tinha um vinhedo em Boal-Hamon e arrendou-o: recebia de cada um mil moedas de prata; pois diante de mim está o meu vinhedo, aquele que é meu: mil moedas para Salomão e duzentas para quem cuida dos seus frutos

Ainda a Educação Sexual

Está toda a gente mesmo muito confusa. Ou não estamos e são os senhores lá do Parlamento? Não se sabe...

O preço da Lei na sociedade da informação

Bicentenário da morte de Kant

11.2.04

Conselho de Educação Municipal no Porto

Confesso que não sei se hei-de desconfiar da iniciativa ou louvá-la. Reservo-me o direito de a comentar daqui por um ano.

«Enquanto dás uma queca morre uma alforreca»

Já não há paciência nem tolerância para ouvir tantos disparates - de um lado e do outro, que é sempre o mesmo.

«Estagiários excluídos»

Quando muitos já dizem isto há imenso tempo, o CM descobriu-o agora, no entanto, a "peça" é muito interessante e contém informação útil. Vale a pena, também, ler os comentários.
Quanto aos comentários de Maria Freire, dizer-lhe que, de facto, quando os estagiários concorrem já são professores; há um equívoco entre a fronteira estudantes/professores; quanto aos outros concursos, para os PALOP, por exemplo, pergunto onde estão os resultados do concurso promovido pela DGAE e passado a "selecção de candidatos" pelo GAERI...

Correntes d'Escrita V

Pode ser vista alguma informação relativa a esta V edição na "novacultura" e na página oficial da Câmara Municipal da Póvoa.

Entretanto chega a notícia via LUSA:

Romance de Lídia Jorge vence I Prémio Correntes d'Escritas

A obra "O vento assobiando nas gruas", de Lídia Jorge, venceu quarta-feira o I Prémio Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa, atribuído este ano pela primeira vez e destinado a obras em português ou espanhol.

A obra de Lídia Jorge recolheu três votos do júri, contra dois votos para a obra "No interior da tua ausência", de Baptista- Bastos. à finalíssima chegou também "A Taberna da Índia", escrito pelo mexicano António Sarábia.

A este prémio, no valor de dez mil euros, concorreram 79 obras, de que foram consideradas finalistas nove, pelo júri constituído por Isabel Pires de Lima, Vergílio Alberto Vieira, Artur Queirós, José Viale Moutinho e Carlos Reis.

Lídia Jorge disse à agência Lusa estar emocionada "por ser a primeira de uma lista de premiados, o que é uma espécie de responsabilidade".

O encontro Correntes d'Escritas decorre na Póvoa de Varzim até sábado e reúnem 60 escritores de 15 países ibero-americanos, metade dos quais participam pela primeira vez na iniciativa.

Lusa/Fim

10.2.04

O direito à decência: hijab



É cada vez mais evidente que sociedade e escola são indissociáveis e que a segunda, mantendo embora um estatuto de reserva moral sobre a primeira, deve ser a parceira mais desejável e juntas construir-se; fazendo-o crescemos cultural e socialmente. Disso não há dúvidas e as reformas educativas do início da década de noventa cada vez mais adquirem estatuto de permanente recorrência e vigilância.
Mas...estará a sociedade ocidental padecida ou disso perto? Desde Novembro do ano transacto que acompanho a polémica (recuso o confronto) e receava isto, que pode ser lido no Le Monde, Liberation e Le Figaro. Pode ainda ser consultado o decreto-lei da Assemblée Nationale aqui.
Lá, como cá, os gabinetes ministeriais e políticos têm excesso de juristas e, como se sabe, pelo menos nós, literatos, sabemos, desde que existem ainda não resolveram o dilema sobre se é a sociedade que existe para se fazerem leis ou se, justificando o seu trabalho, eles dizem que é, fazem as leis para se integrarem na sociedade. Enquanto não se decidem, e já lá vão décadas!, continuam a polular e a reivindicar para si um estatuto decorrente de um positivismo que não entendem.
Isto para dizer que receio que a polémica, não necessariamente esta, possa vir a instalar-se nas nossas escolas e que os seus agentes ajam como juristas; fazendo-o, invertem, subvertem e molestam a educação social. Não se pode ir por aí.
Se a escola, o ensino, é público, se funciona como espelho da sociedade de que imana, podem poucos abdicar das suas crenças a favor de muitos? Pode evocar-se laicidade para desrespeitar grupos minoritários? Procede-se à discriminação positiva - que é a pior das ofensas? Isolam-se os alunos em guetos iguais aos dos bairros? Ou vai fazer-se de conta que somos todos iguais (embora na prática, uns mais do que outros)? Pode a comunidade educativa resolver-se à margem da socialidade? Ou deve, dizem alguns, rebelar-se e assumir um papel interventivo e apropriar-se do poder de sozinha tudo decidir?
Não poderei responder a estas questões sozinho, nem posso atrever-me a responder em contexto escolar. Tal como muitos colegas, lancei o debate na sala de aula e percebi que esta geração será mais solidária e razoável do que a minha. Ainda bem. A transição geracional, afinal, existe.
Para saber mais sobre o islamismo, podem ser consultadas esta página, esta e esta página; sobre o véu e a sua simbologia, aqui.
Post Scriptum: Bem sei que a proibição diz respeito apenas a "símbolos religiosos ostensivos", mas esta linguagem, que a pragmática permite perceber que é jurídica, é sintoma de preocupação.
1) No nosso sistema educativo, procede-se preferencialmente à discriminação positiva; pergunto se não haverá outros mecanismos.
2) Há na nossa sociedade, por força do contingente imigratório, supostos ritos culturais que indignam a nossa sociedade. Veja-se este dossier e pergunte-se quais os limites da Antropologia.

Salgueiro Maia ou a falta de educação de Paulo Pedroso

Tenho por hábito ler diversos jornais (generalistas) por dia. Num desses jornais, Paulo Pedroso costuma semanalmente escrever...banalidades e incorrecções.
Não pretendendo corrigir o ilustre sociólogo, fica desde já o reparo: o verdadeiro dia da Liberdade é a 25 de Novembro e não, como soe dizer-se, de Abril; e sim, o PP - causa-me transtorno com eles concordar - tem razão no que diz sobre Mário Soares (poderiam era também dizer algumas verdades sobre Almeids Santos).
Mas o facto de Paulo Pedroso escrever (vendo-o como representante de um determinado naipe social) o que escreve, como escreve e sobre o que escreve, leva-me a pensar que o problema dos professores desempregados está resolvido. Acompanhe-me o raciocínio: um professor de Português podia ajudá-lo a melhorar a sua forma de redacção e a variar o vocabulário; um professor de História poderia, de facto, ajudá-lo a saber e a compreender a história de Portugal, sem fantasias ideológicas; a haver uma dimensão curricular mais abrangente no ensino de cidadania, como preconiza Mariana Cascais, poderia aprender que quando se é acusado de um crime, ou vários (há sempre a reserva de que é inocente até prova em contrário!), se está em prisão preventiva e, subitamente, se vê dela libertado, incriminado embora, não se deve dar festas na Assembleia da República, auto-vitimizando-se e aceitando que se compare aos presos da PIDE: é um acto de sobriedade moral e positividade republicana e democrática que se exigue a um interventor público.
Enfim, pobre Salgueiro Maia que anda a ser insultado só porque cumpria ordens.

Coito na Educação Sexual II

Espanto-me com a continuação da saga e mantenho o que disse sobre a secretária de Estado.

9.2.04

Coito na Educação Sexual

São muito estranhas e inquietantes as posições políticas dos diversos partidos da nossa república. Depois do aborto, o PSR exige isto, a propósito disto e disto. E assim se vai preenchendo a agenda dos media...
Parece-me bem que o Governo pretenda instaurar uma verdadeira política educativa relativamente à Educação Sexual, mas... distribuir preservativos nas escolas? Colocam-se imediatamente diversas questões: a que preços?, onde? (à entrada ou à saída da cantina?), quem fornece?, grandes ou pequenos?, de sabores? onde se utilizam?, com quem?... Pois é.
A polémica não é nova, veja-se este texto, leia-se o decreto e pondere-se esta entrevista.

Não temos culpa das tibiezas de um governo solidário com mulheres que abortaram, mas incapaz de despenalizar a lei do aborto (só para marcar posição face à oposição); não têm culpa também os alunos/estudantes que são estupidamente manietados por jovens politiqueiros e professores "muita avançados" que não pensam antes de se lançar neste abismo temático; têm culpa os professores por não serem irredutíveis numa posição firme de repúdio pela experimentação excessiva e maiores culpados são ainda os pais (encarregados de educação) por não tomarem posição sobre uma das áreas também fulcrar da educação dos seus filhos.
Sou professor, mas no dia em que a escola em que trabalhar tiver máquina de venda de preservatidos saberei, então, que não há já remédio para a Educação do País.
Felizmente, repito, felizmente, que ainda há agentes governamentais sóbrios e com bom senso, como é o caso Mariana Cascais, secretária de Estado da Educação. Bem haja!
(sei que vem uma entrevista sua no DN, mas ainda não consegui aceder-lhe on-line; se souber o endereço, por favor replique-o. Obrigado.)

8.2.04

Cidades Educadoras em Santa Maria da Feira


A notícia foi lida no jornal Público e mereceu imediata atenção.
Existindo há já largos anos, não me recordo de alguma vez ter sido referida na faculdade, o que não estranho. Pelo que do currículo que se pretende nas escolas e por uma educação para e na cidadania, esta Associação merece toda a atenção (dos seus intervenientes, claro). De dimensão mundial, as autarquias - desde a década de noventa parte integrante do sistema educativo (não me refiro à manutenção dos edíficios) - e as faculdades não lhe têm dada a atenção merecida.
Vale a pena ver o site com atenção e ver as cidades lusas que lhe estão associadas; claro que a carta deve ser lida, para que se perceba a "filosofia" que lhe está inerente.
Fica ainda aqui a porta para a CM da Feira.

7.2.04

Exploração didáctica...seja lá o que isso for...



O insólito também acontece em final de tarde! Não bastava já o ensino
em Portugal, no meu/nosso País, estar quase a implodir e a retardar o posicionamento educatividade/educabilidade (tão necessário para ser, de
facto, um real e indelevel parceiro social).
A procura de textos/páginas que enriqueçam este blog (geralmente fora
do circuito institucional) deparou-se com uma página de "Exploração
Didáctica de Textos em Português
"! Por si só já seria mau proveniente
de um(a) qualquer orientador de estágio; vindo do Instituto Camões
abala completamente o alicerce literário. Fá-lo de duas formas: a
primeira, pelo facilitismo preconizado na delimitação do estudo da res
literária, a segunda, por ombrear escritores de excelência - Vergílio
Ferreira, Eça de Queiroz, Camões ou Sophia de Mello Breyner - junto a
esboços narrativos como Jacinto Pires, Manuel Alegre ou Luísa Costa
Gomes.
Num país preferencialmente poético (onde todos são poetas!), temos o
beneplácito subsidiário do Instituto Camões para a elevação destes
senhores a escritores! Francamente!
Por estes motivos, antes de sair para a habitual pausa para o café,
olho para este texto de Mestre Almada e berro-o pelo menos três vezes, em
jeito de indignação! E mais três com o original!
Quanto à "exploração didáctica", tão defendida e exigida a futuros professores, pelos departamentos de Português das Faculdades de Letras (que os próprios mestres a não aplicam em circunstância alguma!), fica aqui uma questão: disse didactologia?

The Void ou a vontade de sentir

Vale a pena uma demorada deambulação por este blog.

5.2.04

Cucamacuca ou a educação no concelho de Valongo (Porto)

Angústias, mas não muitas, de um professor



As angústias de um professor podem ser vistas por aqui. O prof. por si próprio, que é o mesmo que dizer por ele próprio, está aqui em pequeno apontamento.
Vale a pena ver com atenção a "linkagem" do lado direito; dois exemplos: um, dois.

4.2.04

Futuro da Ciência e da Tecnologia

Encontro da ANP em Braga ficou aquém das expectativas

Algumas ainda poucas notícias sobre o encontro de Braga promovido pela ANP, pode ser visto por aqui e por este caminho muito tendencioso.
Quanto ao ministro que "quer um ensino de qualidade", duas opiniões: que permita que os docentes em final de carreira se possam reformar, se assim o desejarem, permitindo que uma geração de jovens educadores assuma as rédeas de um novo paradigma educativo; que a carreira educativa seja estável. Em tudo o resto, parece-me que esteve bem, sobretudo no que concerne dignificação e responsabilidade dos docentes.
Os responsáveis da ANP, relativamente à criação de uma ordem de professores, ficaram aquém da desejável postura accionária. Afinal. querem ser mais um sindicato e desfilar vaidosamente nos corredores do poder...

3.2.04

(Pequeno) dicionário de Educação

Carlos Fontes, professor de Filosofia, tem uma página que pode ser muito útil, pois permite consulta rápida, textos coerentes e curtos e diversos pontos de interesse, para aprender, recordar ou actualizar.
Se voltasse a ser estagiário, dava-me muito jeito... e agora continua a dar.
A biografia pode ser vista por aqui (interessante o link para o compêndio dos pedagogos).

Manifesto da Transdisciplinaridade


Seria desejável que este blog se tivesse iniciado com as ligações à transdisciplinaridade. No entanto, a percepção e a compreensão desta vontade de intenções não pode fazer-se de ânimo leve - há a considerar as CE, a filosofia a sociedade que as recebe, etc.

Ficam aqui indicadas duas página; a primeira, brasileira, é bastante completa; a segunda, relata um workshop havido em Dallas e um congresso em Anaheim, em 2002 e em Outubro do ano anterior, respectivamente.
Devem ser levados muito a sério e lidos com extrema atenção. Particular referência para Basarab Nicolescu e Edgar Morin.
Amanhã, provavelmente, a carta transdisciplinar, redigida no Convento da Arrábida em 1996, será aqui publicitada.

Postas tu ou posto eu?

Há já algum tempo que me venho insurgindo com a designação "posta" para os pequenos (alguns!) textos colocados nas páginas da internet. Ciente de que uma nova necessidade linguística emerge, pugnante pela escassez vocabular e parca fonicamente - tempus fugit -, não posso deixar de considerar que o substantivo posta, taduzido grosseiramente do inglês post, é dos piores escolhidos. Já os termos blog ou blogue (distinguindo tipos de páginas a circular na internet) e
bloguistas ou blogueiros (o segundo predicatvo deprecia os seus autores) são razoavelmente aceitáveis. Razoavelmente, só!

Tendo dito isto, vamos ao dicionário.
"Posta (s.f. (do lat. posita) 1. Pedaço de carne ou de peixe. 2 Fatia; naco; talhada. 3.Administração do correio; correio 4. Cocheira onde antigamente era feita a muda dos cavalos das diligências. 5. fam. Emprego bem remunerado. 6. pop. indivídou mole, preguiçoso".
Ora bem, 1. há "postas" que não são carne nem peixe, são realmente bosta; 2. as que são alguma coisa, geralmente são nacos de inteligência e pertinência 4. frequentemente as páginas onde se alojam as "postas" não têm diligências, mas há lá cavalos e cavalgaduras a postar e a postar-se; 5. não é verdade que colaborar com uma página da internet (este tipo de páginas) seja um trabalho bem pago; 6. Quanto a mole não sei, mas preguiçosos... finalmente o ponto 3, intencionalmente deixado para último lugar: trata-se na maioria das vezes de administrar correio, receber, distribuir e entregar. Neste sentido, está correcta a utilização do termo "posta".
Não obstante, a sua utilização pode ser equívoca. Assim sendo, atendendo ao pouco texto redigido na grande maioria das vezes, proponho a utilização de "postal" ou bilhete-postal"; obviamente que a seguir a um substantivo vem um adjectivo; a proposta é imediata: "postalista".
Aceito risos, até os meus, mas parece-me que esta designação é mais genuína por ser lusa. É só uma proposta...

Portugal é um país de info-excluídos ou como Guterres só tinha garganta...

Os dados da OCDE relativos ao rácio alunos/PC pode ser lido neste endereço.

A luta continua!

Circula na internet, e pelos vistos é legal esta forma de acção, uma petição - QUE DEVE SER ASSINADA! - pela "Aposentação Igual Para Todos". A entrada é por aqui.

2.2.04



Ordem de Professores

A qualidade do ensino passa indelevelmente por uma redifinição do sistema educativo e pela revalorização e dignificação da classe docente. Vale a pena ler esta notícia - via TSF -, ouvir os comentários (42 segundos de audio) e participar na votação on-line.
Este sindicato, pela voz de Pascoal, é contrário à ideia de tal criação.

1.2.04

Ciências da Educação e burrice nas escolas

Apesar do link estar aqui ao lado, pode ser lido por aqui um texto de Aires Almeida sobre as Ciências da Educação do nosso País (oua falta delas... digo, o seu equívoco...). [Texto que CL do Matamouros deve ler, pelas conversas havidas.]


«A pensar morreu um burro?»
A brincar, a brincar, José Alberto Quaresma questiona-se sobre o exercício do pensamento crítico praticado nas salas de aula. Há também um pouco de história da/sobre a escolarização.

Presunção Católica em Viseu


É preocupante a postura do reitor da Universidade Católica, Manuel Braga da Cruz. A Universidade Católica - que tem tido ao longo dos tempos excelência universitária - não pode nem deve ser desmerecida por alguém que claramente não distingue corporativismo (indecente) de políticas universitárias governamentais (ainda em estudo, o que se torna mais grave). A pressão exercida junto do governo que vem mantendo há mais de um ano, e a consequente desinformação e deseducação junto da opinião pública, é inqualificável e inadmisssível. Convenhamos o seguinte: a universidade Católica não detém o monopólio universitário, nem deve sobrepor a sua voz a quem de direito, neste caso, à das autarquias.
A questão que Manuel Braga da Cruz está a fomentar junto de cada um de nós é a de se saber se a Universidade Católica, através destes comportamentos anacrónicos, deve ver a sua continuidade e homolgação de ensino superior mantidas.
Pelo passado de excelência e pela qualidade da quase totalidade dos seus actantes é pena que assim seja.

«Os Programas de Português São Escandalosos e Eu Teria Tentado Suspendê-los»

A afirmação é de Vasco Graça Moura e, desde há muito, que o não víamos enunciador de um discurso tão sóbrio; apesar de não dizer nada que não saibamos já, vale a pena atentar em duas premissas: a) que a indignidade, incompetência, fraude e atentado à sanidade mental dos docentes mantém-se porque o Governo teve pena das editoras; b) que o Ministro da Educação é contrário aos actuais programas, mas mantém-nos, fazendo de si um ser social, governamental e educativamente inconsequente e incolclusivo. Mantém-se, assim, igual a todos os políticos que suspendem as convicções por que foram votados e uniformizam-se em continuistas de um paradigma que a ninguém interessa.
Quanto à acusação de Graça Moura, serão os linguístas, sim, mas não todos; serão o estruturalismo e as outras teorias, mas mais as outras teorias (debate intenso, que não cabe aqui, mas o estruturalismo aparece manso perante o excesso de formalismo literário).
Pode e deve condenar-se sempre os linguístas que, por exemplo, acreditam e educam o povo no dogma de que o nosso leninista nobel é escritor.
Numa outra vertente, dizer que, de facto, os actuais programas interessam a quem não sente a literatura, não tem capacidade de organizar um mapeamento semântico à volta do e pelo texto(s) e se refugia na facilidade da memorização da gramática (normativa).
É urgente que se reivindique, por todas as formas possíveis e imaginárias, o ressurgimento da literatura de grandes autores nacionais (e não os autores portugueses e estrangeiros que populam nos manuais escolares porque as editoras os publicam em catálogos paralelos!) nos programas de Português. De português, assim e sem mais nada! Sem a palermice de distinções A e B ou outras!

Falência universitária em Portugal

António Barreto, figura semi-pública facilmente contornável, descreve-nos a universidade que somos. Vale a pena ler com atenção o texto e duas vezes com atenção redobrada o segundo parágrafo. Lamentavelmente, só com muita leveza os inomináveis assistentes universitários (aqueles que reprovam toda a gente, pois "a minha cadeira é muito difícil e reprovando toda a gente mostro ao chefe que sou muito rigoroso, exigente e competente") são referenciados. Quando não tiver nada para fazer, eis uma sugestão: pesquise num qualquer site de uma qualquer universidade por "docentes"; depois, procure inteirar-se sobre o seu trabalho ao longo dos tempos... se nada constar, não se inquitete e procure melhor. Se nada encontrar é porque o dito está "altamente" recomendado; se encontrar pouco, não se assuste se for só um textozito para conversar sobre banalidades com um colega...

Conferência sobre «Corrupção e Desporto» identifica 18 inimigos públicos do sistema educativo

A conferência sobre «Corrupção e Desporto» identificou durante o fim-de-semana os principais inimigos públicos; 18 no total. Vale a pena ler com atenção as declarações de Maria José Morgado, procuradora-adjunta do MP.