Educação accionária

Manifesto plural e não democrático pela acção da/na educação.

29.9.05

Atenção, muita atenção!

Depois da proibição da greve de professores, depois da proibição da manifestação dos militares e depois da proibição, no dia de hoje, da greve dos Funcionários Judiciais (e previsivelmente do Magistrados do MP), receio que isto seja o passo seguinte da governação do PS!

L'enseignement des langues dans le primaire porte ses fruits

Vale a pena ler este post e comparar com a (futura) realidade portuguesa. Vale a pena ainda considerar esta frase: "longtemps expérimentaux, les cours d'anglais, d'allemand, d'espagnol ou d'italien ont été progressivement généralisés en primaire depuis 2000". Pois claro, por cá só se aposta no inglês...

28.9.05

Bode expiatório ou justiça?


Lynndie England a caminho da prisão, depois do Tribunal Marcial de Fort Hood, no texas, a ter condenado a uma pena efectiva de 3 anos por abusos cometidos sobre prisioneiros (de guerra) em Abou Ghraïb.

A revolução de Maria de Lurdes Rodrigues vista por blasfemos

O link que segue, de um post assinado por João Miranda do blog Blasfémias, está apenas colocado para demonstrar, se preciso fosse!, o sentimento geral que há (contra) os docentes. Não se pode levar a mal a ignorância e desconhecimento (do seu autor), nem tão pouco a fraca argumentação e elencagem de lugares-comuns. Sendo eles "um blog de referência" é natural que saibam tudo, mas mesmo tudo!, e estejam legitimados pelo poder imenso e irresponsável de alguma sociedade secreta jurídica ou política. Se querem lutar contra o "estado geral de bovinidade", deveriam começar pela própria casa.
Vale a pena ler alguns comentários, pela mediocridade e pela solidariedade - parece haver dois ou três comentários de colegas.
Se quiserem desabafar, usem o e-mail.
Boas aulas!

O direito à vida não pode ser referendável para salvar politicamente Sócrates

A Assembleia da República aprovou durante a tarde de hoje - embora não haja certeza em que Legislatura se reuniram - a possível tábua de salvação do Eng. Sócrates, o referendum ao aborto.
De forma leviana, pretendem incluí-lo, as pressões legítimas e ilegítimas já começaram junto do PR, depois das eleições autárquicas.
Sabendo-se, ou prevendo-se uma derrota estrondosa nas eleições autárquicas - infelizmente vai ser assim, penalizar-se-á eventualmente bons autarcas do PS, como forma de protesto e indignação pelo mau desempenho governamental-, e sabendo-se ou prevendo-se dificuldades em eleger Soares como futuro PR, arranjaram uma vitória fácil com o referendum. Mas fizeram mais: desconhecendo-se, de facto, a legislatura em que tal ocorrerá, e numa matéria que parece reunir consenso em todos os esprectos políticos (PSD e CDS votaram contra o timming, não contra o conteúdo), será fácil ao PS acusar a direita de obstacularização ao referendum e, com isso, tentar obter dividendos políticos.
Sempre me pareceu que a esquerda portuguesa, depois da não aprovação de há seis anos (?), se comportava caninamente, querendo à força aprovar o que o povo, livremente escrutinado, não queria, acusando-o de fascista; um pouco como as crianças, quando o resultado do jogo lhes não agrada, mudam as regram.
Entretanto, o que fez a esquerda, para além da intromissão em julgamentos de mulheres que abortaram, pela educação sexual nas escolas e nas comunidades e pelo apelo a uma sexualidade sã, consciente e responsável? O que fez pelas mulheres que abortaram? O que fez pelas mulheres que não abortaram e teimaram em ter os bebés? Conseguiram, para além da estúpida campanha do ano passado de Louçã, nas pouquíssimas campanhas cívicas falar da questão pela questão, afastando-se do nexo partidário? Não! Então, que legitimidade ou superioridade moral têm para aparecerem como se de únicos argonautas e patronos se tratassem?
Sou pelo direito à escolha, primeiro de ter uma relação sexual com quem bem entender, de forma que entender, de decidir o direito à paternidade, sem que seja considerado fascista, ou não, sem que seja considerado assassino; de qualquer modo, sobre este último ponto, o constante na Constituição é garante suficiente da sobriedade da escolha e do seu limite, também: em caso de má formação do feto, em caso de violação ou risco de vida para a mãe. Devia bastar, pois é moralmente aceitável, jurídica e socialmente pertinente e cientificamente pragmático e correcto (o prazo em que tal pode ocorrer). Insistir nesta questão da forma estúpida e continuada como certa esquerda pretende, retirando ou pretendendo retirar daí dividendos políticos, é continuar a humilhar as mulheres que dizem defender, expondo-as e não as ajudando, e colocar entraves difíceis de contornar na sociedade a que pertencemos para uma educação sexual sã, discreta, séria e apolítica, não pode ser levado a sério. Infelizmente, o charme discreto do poder, ou a sua ilusão, afasta-os, aos políticos, irremediavelmente da realidade de que provêm, da turba que representam, dos valores que um dia acreditaram ser, também, os seus.

Dinheiros privados

1) Nunca como este ano recebi o reembolso do IRS tão tarde - continuo à espera e já estamos a 28 de Setembro. Será por isso que o OE não é apresentado?
2) Chamaram-me ontem à secretaria da escola ********** para me informar que o mês de Junho estava em pagamento! MAS SÓ DEPOIS DE PAGAR O QUE DEVIA! Isto foi-me dito sem pudor e perante funcionários e alunos (que passavam no corredor). Parece que devia 10€ de contratos assinados em Março. Ordens expressas do ******* de ******, "só recebe se pagar"! Pensei logo - olha outro a brincar aos demiurgos!
Amanhã vou pagar e estou muito contente. Será que me vão dar uma cópia do contrato assinado? E o recibo? Dá para "meter" no IRS?

27.9.05

EM GREVE


Contra o compadrio, contra a falta de rigor, transparência e competência na/da acção governamental, contra os planos avançados sem planificação, estruturação e sustentabilidade, contra os impostos, contra o IVA, contra o aumento da gasolina, contra o aumento dos transportes, contra o assalto à classe média, contra o insulto aos professores, militares, juízes, polícias e farmacêuticos, contra o debelar do liberalismo, contra a cultura elitista paga pelo governo, contra as políticas da saúde, educação, justiça, segurança social, de emprego e formação, contra os ineptos, indigentes e néscios.
Estas são algumas das razões que levam a Educação Accionária a não escrever uma linha que seja hoje, a não ser um título: Em Greve!

26.9.05

Alfabeto, abecedário e abc

Um amigo, a propósito do post "Ribeiro e Castro e o furacão Sócrates", chamou-me a a tenção por o alfabeto português conter as letras K, W e Y, ao que imediatamente retorqui que não, que só tinha 23. Como insistisse, fui obrigado a enviar-lhe isto:

[Diz uma gramática, IV, escrita e Ortografia]

1) As letras: o alfabeto
Os fonemas são representados, na escrita, por letras [é uma incorrecção dizer-se isto, mas enfim]. Constituem o alfabeto, também chamado abecedário ou abc.
Existem 23 letras no alfabeto português.
(...)
Nota 2: em livros, revistas e jornais, vemos às vezes escrito o K o W e o Y. Com efeito, na escrita de nomes próprios estrangeiros ou palavras deles derivadas, e também em abreviaturas, siglas e símbolos, justifica-se o emprego destas letras.

Na realidade as gramáticas são duas, a do Lindley Cintra, académica e a Gramática de Português de José Castro Pinto da Plátano Editora, mais escolar, de 1994.
E mesmo antes da resposta, insisti com isto:

K, s. m. (do Germ. ou Gr K)
1) Foi a undécima letra do alfabeto português hoje proscrita de todas as palavras portuguesas ou aportuguesadas e substituída pelo c ou pelo grupo qu, mantendo-se, porém, em nomes próprios estrangeiros em que ela figura, ou nos seus derivados.
2) Fís. símbolo que indica certas quantidades constantes ou coeficientes.
3) Quí. símbolo do potássio.

W, s. m. 1) Letra estranha ao alfabeto português, entre nós conhecida por dábliu, vê dobrado e vê duplo. Tem uso em algumas palavras derivadas de nomes alemães, ingleses e, mais raramente, polacos. Soa como v nas palavras derivadas do alemão e polaco e u nas derivadas do inglês.

Y, s.m. (ípsilo ou ípsilon)
1) Antiga vigésimo quarta letra do alfabeto português usada na transcrição latina do símbolo de etimologia grega, como consoante (mayor); como tónica dos termos oxítonos (mandovy); como indicativo da subjuntiva de ditongos e como representação de uma vogal especial do dialecto tupi-guarani. Em todos estes casos foi feita a proscrição do y, símbolo introduzido no latim como tentativa de fixação, nessa língua, da pronúncia do ípsilo grego, que o povo continuou a fazer corresponder o i, até ser reduzido, no latim, a pouquíssimas palavras de origem grega.
Em português só tem uso em vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros escritos com y.
Moderno Dicionário da Língua Portuguesa - Lexicoteca, 1994


Post paulo, fui atingido com isto, com comprovação aqui, aqui e, aqui:

Anexo 1Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)
BASE IDO ALFABETO E DOS NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS E SEUS DERIVADOS
1º) O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula:
a A (á) (...) z Z (zê)

Obs.:
1. Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos:
rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).
2. Os nomes das letras acima sugeridos não excluem outras formas de as designar.
2º) As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais:
a) Em antropónimos/antropônimos originários de outras línguas e seus deriva­dos: Franklin, ftankliniano; Kant, kantistno; Darwin, darwinismo: Wagner, wagneriano, Byron, byroniano; Taylor, taylorista;
b) Em topónimos/topônimos originários de outras línguas e seus derivados:
Kwanza; Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano;
c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TWA, KLM; K-potássio (de kalium), W-oeste (West); kg-­quilograma, km-quilómetro, kW-kilowatt, yd-jarda (yard); Watt.
3º) Em congruência com o número anterior, mantém-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes.


Afinal, em que ficamos? Há, de facto, no alfabeto português apenas 23 letras como teimo, defendido por Lindley cintra (edição posterior ao acordo ortográfico), ou tem razão quem se defende com o acordo ortográfico - ferramenta útil para a Lusofonia -, apontando a inclusão das letras K, W e Y, perfazendo 26 letras?
Dou uma resposta, retirada do site Ciberdúvidas: "(...) O novo acordo taxativamente inclui estas letras no nosso alfabeto, embora continuem a não figurar nas palavras do léxico considerado de língua portuguesa."
Conclusão: para os gramáticos há 23, para todos os outros...

Europass -CV europeu

Tal como em aos anteriores, vou dar oportunidade aos meus alunos de francês de, a par da apresentação/descrição pessoal, preencherem, em final de unidade, um modelo de Curriculum Vitae europeu (Europass desde o ano passado, substituindo o modelo de curriculum em vigor desde 2002).
O Passaporte das Línguas Europass parece-me excessivo para estes níveis - talvez em final de ano lectivo.
Nótula: nos exemplos de preenchimento do Passaporte das línguas Europass só estão disponíveis as línguas Inglesa e Portuguesa. Elucidativo, não?

A Educação de João Cravinho

Confesso que ao ler este editorial cheguei à triste conclusão que a Educação está irremediavelmente perdida com este governo. Ao longo de uma dezena de parágrafos, constata-se um texto mal redigido, laudatório para Sócrates, misturando Educação com Formação, mercados internacionais com regionais, falta de qualidade com diplomados, teses sociológicas que são um autêntico disparate, apoio à formação com retoma de estudos... Francamente!
Serei o único a estarrecer? E já agora: o único a acreditar, depois de contas feitas, que o mandato deste governo acaba em 2009? E a não perceber porque insistem em manter, para além dessa data, o país refém destas medidas?

Ribeiro e Castro e o furacão Sócrates

Em campanha no dia de ontem, Ribeiro e Castro, numa analogia de péssimo mau gosto com o que se tem passado nos EUA, comparou a governação de sócrates a um furacão, mas equivocou-se. Em português, há vinte e três letras no alfabeto, menos três do que o internacional. Assim, dizer que a seguir ao Katrina (com K) vem o Rita e depois o Sócrates, defendendo-se com a ordem alfabética, é um erro. Certamente, o alfabeto centrista é diferente.

25.9.05

Criação, movimento perpétuo

Não vos ouço, estou a viajar


CP, 1401, nos idos anos sessenta, ainda com as cores originais, azul com risca branca.

Ó Sócrates, estás fixe?

O recente avanço de Manuel Alegra à candidatura à Presidência da República não divide, como alegou inicialmente o proponente, o PS. O PS, o partido dos valores e da conduta ética e moral (republicana e social), votará neste e não em Soares, um candidato imposto(r). E votará sempre! O que deixa a Sócrates pouca margem de manobra política: tendo afirmado ontem que "o candidato do PS é só um", resta perguntar em quem o PS vai votar na segunda volta, pois é mais do que evidente que Soares não passará da primeira votação. O povo não é estúpido e não irá em demagogias nem se deixará enganar por hipocrisias caso Sócrates apele ao voto em Alegre na segunda volta (ou dar-se-á o caso de apelar ao voto num dos três outros candidatos de esquerda?); para todos os efeitos, o PS de Sócrates não terá candidato na segunda volta. Perde o PS pela arrogância e prepotência de Sócrates. Ganha o PS, e seguramente o País, ao ver um candidato genuíno e não imposto.
Resta saber se Sócrates, após o desaire mais do que anunciado da eleições autárquicas, e após a derrota do seu pupilo nas eleições presidenciais, assumirá um mea culpa e se se retira - demissão pura e rápida -, ou se tenta relacionar-se institucionalmente com a Presidência da República e, por si, com o povo. Fica, no entanto, fragilizado para implementar as reformas estúpidas que iniciou e limitar-se-á a cumprir calendário; Portugal ganha.
Para Sócrates continuar como PM há só uma saída: a vitória de Cavaco Silva. Não há outro cenário possível. Infelizmente. Por arrogância e prepotência.

24.9.05

Como sempre, a ilusão da Educação

As recentes medidas apresentadas para a Educação, pelo chefe do executivo socialista, José Sócrates, para além do normal discurso de números e não de pessoas, revela uma fuga para a frente, não enfrentando os problemas que se colocam ao país nesse campo, e um enorme engano e equívoco em nome de estatísticas a apresentar aos parceiros comunitários.
É verdade que é necessário travar o fluxo iniciado em governos do PSD, com um ministro da Educação do CDS, quer na construção, ou anuição de alvarás, a faculdades privadas ou na abertura de cursos superiores; há muito que importa resedenhar o "parque" do ensino superior. Em anteriores posts, tenho defendido a necessidade de o refazer de cima para baixo, ou seja, afastar os professores, na sua maioria assistentes, dos cursos com reduzido número de alunos, reais ou potenciais, de acordo com estudos de mercado de trabalho (que não existem, diga-se), e não permitir que alunos universitários obtenham os seus diplomas e não consigam singrar no mercado de trabalho. Há, ainda, que fazer uma avaliação séria e criteriosa a tantos e tantos cursos, ditos superiores, sem qualidade alguma, de curricula e mestres. Esses devem fechar. Tem que haver, finalmente, da parte dos responsáveis universitários discernimento suficiente para, sabendo das dificuldades dos seus potenciais licenciados em entrar no mercado de trabalho, não abrir novos cursos - sobre isto, também já tinha dito há cerca de um ano que uma das responsáveis da FLUP (Letras Porto) se mostrava conhecedora dessa dificuldade, mas que ainda assim queria novos cursos unilingues (no ramo educacional). As razões devem por si ser conhecidas.
O PM tem toda a razão em dizer que nem todos os alunos têm perfil ou vocação para prosseguir estudos superiores (fosse um social-democrata ou centrista a dizer a mesmíssima coisa e caía o Carmo e a Trindade; autoritarismo, despotismo e falta de cultura democrática era o que era...) Não pode é abandonar o sistema de ensino tradicional, com as suas escolas básicas e secundárias, e apostar no ensino profissional. Ou melhor, pode e deve, não pode é delegar essa competência para entidades privadas, limitando-se o Estado a mero fiscal, quando o é e plenamente isento e competente.
Bem sei que o apelo da árvore das patacas comunitárias é de uma tentação desmedida, mas... e a qualidade da formação, dos seus formadores e dos formandos? Esta ideia assim apresentada é garante de rigor, qualidade, competência e competitividade? Não, não é.
Ao permitir, ou convidar, alunos a completar o 9º ou 12 anos de escolaridade fora do sistema e da sua influência directa, está a subverter, negativamente, e a comprometer a sua qualificação; poupa o país, em aparência, dinheiro na sua educação/formação, mas perderá num futuro próximo, demasiado próximo.
As escolas profissionais têm na sua maioria formadores apenas com o 12º ano; dão formação em caves, em salas sem arejamento, sem material didáctico e vivem à custa de programas elaborados por escolas superiores sem qualidade - para não haver ambiguidade, sem qualidade as escolas superiores e os programas.
As escolas profissionais preocupam-se apenas em amontoar quilos de papel para entregar ao IEFP e muito menos, ou nada, com a qualidade das formações que ministram. Nas escolas profissionais toda a gente passa; formador que reprove, não mais lá voltará a exercer funções. As escolas profissionais não educam, têm apenas algumas palhaçadas pedagógicas para dar essa ilusão. As escolas profissionais têm cursos de nível II, equivalência ao 9º ano, o que é ridículo; na vizinha Espanha, a formação é dada apenas a partir do 10º ano e somente a voluntários. Essa sim, é formação profissional(izante).
É isto que o governo quer? Ah, e depois há ainda os professores profissionalizados que se humilham em tais sítios, pois andam às ordens de uma ordem que não é a sua, por não terem colocação nas escolas a cargo do ME.
Apresentar como apresentou as suas ideias, cheias de números, claro, Sócrates corre o risco de não ser levado a sério e de se preocupar apenas com estatísiticas. Qualidade do ensino/formação é que não há vislumbre. Nem seria de esperar. Este é um governo de números e não de valores.

Discursos do PM em modelo económico

2005, 40 000.
2006, 6,2 e 4,8!
quatro anos.
2006 1,8 mil milhões de euros. PS; PS; PS.
Há quatro anos.
2008!
152005-2008: 69 por cento.
67,6 por cento, mas apenas 61,9 por cento, ora 63 por cento em 2008.
1,2 e 1,7 por cento.
PS, PS.
70 por cento e 15 prioridades. O 12º ano de escolaridade.
Milhão de trabalhadores até 2010. Mínimo de 1434 milhões de euros.
422 milhões de euros , 135 mil, 12º ano de escolaridade! 237 milhões de euros para 108 mil.
63 milhões de euros para 90 mil de 65 anos.
PS, PS.
461 milhões de euros, 153 mil pessoas, 46 mil pessoas, 216 milhões de euros.
35 milhões de euros.!

Não vos ouço, estou a brincar

23.9.05

Brasil ultrapassa Portugal em França

A recente medida anunciada pelo ME de que os destacamentos de professores de Português (língua e cultura) acabaria já no próximo ano lectivo, passando-se a adoptar o regime de contratações, provavelmente não resolverá o problema que segue.
Apenas dois exemplo, só um é pertinente: quer a Académie Creteil, quer o Le Café Pédagogique, nas suas páginas dedicadas a Portugal e ao ensino da língua lusa (estrangeira) apresenta... o Brasil. Sendo verdade que não é muito preocupante que o façam, embora seja inquietante, e mesmo sabendo que neste momento é a grande moda em França, sente-se que Portugal começa a ficar para trás; Portugal e o seu rigor semântico, não a língua. Tanto é assim que num exame do Baccalauréat (BAC) os autores apresentados não são os dos mais conceituados na Literatura Portuguesa (questão discutível, bem sei) e até um texto do Mia Couto é apresentado!
O Instituto Camões tinha trabalho sério e continuado em Paris, mesmo se elitista. Que faz agora para inverter a situação? Continua altivo e distraído na sua política cultural ou, o que seria desejável, desenvolve-se com os PALOP na divulgação da lusofonia? Não é um dilema...

P.S.: os exames de Português para os diferentes tipos de Baccalauréat podem ser vistos neste endereço (em PDF).

Formação de elites

Terça-feira, dia 27, este blog faz greve

Contra o compadrio, contra a falta de rigor, transparência e competência na/da acção governamental, contra os planos avançados sem planificação, estruturação e sustentabilidade, contra os impostos, contra o IVA, contra o aumento da gasolina, contra o aumento dos transportes, contra o assalto à classe média, contra o insulto aos professores, militares, juízes, polícias e farmacêuticos, contra o debelar do liberalismo, contra a cultura elitista paga pelo governo, contra as políticas da saúde, educação, justiça, segurança social, de emprego e formação, contra os ineptos, indigentes e néscios.
Estas são algumas das razões que levam a Educação Accionária a não escrever uma linha que seja na próxima terça-feira, a não ser um título: Em Greve!

Não vos ouço, estou a descansar

Educação Presidencial

Luís Santos, co-piloto português detido na Venezuela, espera há quase um ano - UM ANO - por julgamento, entretanto adiado 19 vezes.
Por cá, como é sabido, governo e Presidência pouco têm feito e pressionado o governo venezuelano para que o julgamento se realize. Muito mais fez o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim.
Há três razões para que Luís Santos esteja envolvido nesta situação:
1) Não é drogado, nem foi apanhado em flagrante delito a consumir estupefacientes;
2) Não estava no Dubai;
3) Não tem amigos no BE.

Educação Militar

Se algém me puder explicar, gostava de saber se estes são os mesmos que estes, que se permitem fazer figura de imbecis e autênticos atrasados mentais.

Educação Desportiva


22.9.05

Não vos ouço, estou a trabalhar


Cartilha Maternal - Arte de Leitura

Ouço, vejo e leio tanta estupidez de intrépidos intelectuais que me lembrei disto.
Leio com deleite e lamento os avanços didácticos.

Ordem, Respeito e Obediência

Encontrei esta coisa e fiquei sem palavras. Palavra de honra!

O Comércio do Porto

Educação política

1) A campanha levada a cabo pelo actual governo contra a classe docente, menoscabar o trabalho por si realizado, está a ter resultados explêncidos. Toda a comunicação social, pelo menos a escrita, alinhava a ideia de que os professores trabalham apenas 21 horas semanais, quando, na realidade, e por imposição governamental, são 35, isto, claro, sem contar o trabalho pessoal de preparação de aulas, correcção de testes, etc, em casa.
A opinião publicada está francamente preocupada por ver a sua classe docente ser a que menos horas trabalha na Europa (qual é a fonte?), mas não se preocupa por ser, da mesma forma, a que, na mesma Europa social, mais quilómetros se desloca para poder trabalhar, a que menos ganha, a que menos prestígio social tem, a que menos autoridade detém ou a que mais é socialmente atacada.


2) Belmiro de Azevedo, a precisar urgentemente de aulas de expressão portuguesa, aparece com frequência, em excesso, diga-se, a falar de pessoas como se de números se tratasse. O partido do poder tolera-o e aproveita-o, cumplicidade consentida, para a sua política dos números - fora de valores sociais e morais.
Pela minha parte, digo isto: após o Sr. Belmiro de Azevedo ter dito que os professores nada faziam na escola, que os pais pensavam que os filhos estavam a ser educados na escola, quando na realidade não estavam, e que ele, Belmiro de Azevedo, é que sabia como resolver o problema da educação em Portugal, porque os professores são maus, tratei logo de me adiantar ao referido engenheiro. Educando os meus alunos na cidadania e na/pela democracia, conseguimos perceber o engodo que são os centros comerciais, a sua falta de valores, pois apelam ao consumo desenfreado e dessentido, a sua alimentação oferecida potenciadora de doenças crónicas, e a cultura a pedido e imposta nos supermercados e lojas da especialidade, e já começamos a frequentar os mercados tradicionais e a consumir unicamente produtos nacionais.
Mais: há na sala de aula um organigrama sobre o império SONAE, construído e sujeito a alterações diárias, para que evitemos lá entregar o nosso dinheiro. Todas as semanas temos também, durante 15m, um clube dos Consumidores Anónimos onde nos confessamos e tentamos ajudar-nos mutuamente nessa grande empresa que é não consumir na SONAE. Os resultados têm sido excelentes.

3) O ministro Mário Lino sempre que vem à Invicta, provavelmente deslumbrado com a cidade, profere as mais estúpidas afirmações. Primeiro, era a suspensão das linhas aprovadas, depois, aquando da inauguração da linha do Porto para Gaia, que a administração passaria para mãos governamentais.

A mim, faz-me lembrar uma criança invejosa que não quis o brinquedo quando chegou por prepotência, porque não percebeu as cores que tinha ou o prazer que poderia proporcionar - e mesmo a inveja a outros! E agora ameaça porrada se o não deixarem brincar, para além de ser malcriado, pois não está na sua terra para acusar os gestores de serem incompetentes.

O metro foi pensado no Porto, construído no Porto, por pessoas no Porto e utilizado na Área Metropolitana do Porto por Portuenses. Há derrapagem? Pois há! Há indícios de actos ilícitos?Claro que há! Os autarcas são modelo de correcção e virtudes? Em absoluto, não!

Mas é uma das maiores obras de transportes públicos na Europa, e isso dói a quem quer mostrar obra feita e protagonismo e nada tem (é verdade, onde estão os estudos de viabilidade da OTA?).

Mário Lino, um morcão? Não, é só mesmo um rufia.

18.9.05

Da manifestação de extrema-direita (que não é...) de ontem

Faço minhas as palavras d'"A Mão Invisível".

P.S.: Para aqueles que dizem que em Portugal, a propósito do tema, houve fascismo, fica o reparo que... não, não houve. Apenas, o que já é de mais!, ditadura (de direita).

Do metropolitano do Porto

A Estação da Trindade


Porto Trindade A general view of Porto Trindade looking south from over the tunnel mouth during the evening rush hour in July 1970. A 2-6-0T sets off from the station and two 0-4-4-0T's wait with trains in the station. An Allan railcar set waits in the sidings to the right.
Taken: 31 December 1969Copyright: James Waite
Daqui se parte para os arredores do Porto situados a Norte da cidade, como a Senhora da Hora, Pedras Rubras (com o aeroporto a precisar de eternas reformas), Mindelo, Vila do Conde ou Póvoa do Varzim, Famalicão e, em querendo, Guimarães, se se atravessarem as latadas que ladeias os carris por volta de Vila das Aves e Vizela. Entre Famalicão e a Trindade demora a pequena viagem cerca de duas horas e meia; se for para Guimarães, também quase o mesmo tempo será, ainda que, a partir da Senhora da Hora o carril seja já outro, e em direcção a Santo Tirso, depois da Maia e da Trofa, lugares de passagem.
Deve ver-se esta estação, que uns dizem ser feia só porque faz a via suburbana - gente que trabalha e chega no primeiro comboio às seis da manhã ou pouco mais, vinda de Santo Tirso, ou parte no primeiro comboio, às cinco e meia. A neblina do Inverno, e a chuva quase permanente no Porto em determinadas alturas do Outono, dão à Trindade um ar triste e desolado, cansado e longínquo, como paisagem destinada a não ser usufruídas mas esquecida. No entanto, à partida para as praias de Vila do Conde e Póvoa de Varzim (e, daí, querendo, para A-Ver-o-Mar e seguintes...), em pleno Verão, é de outro brilho, claro.
Porto Trindade 2-8-2T E144 arrives at Porto Trindade station during the evening rush hour as 0-4-4-0T E161 prepares to leave. August 1970.
Taken: 31 December 1969Copyright: James Waite
Seria Ruy Belo um dos viajantes em busca de Vila do Conde, nos longínquos anos da sua poesia? Imaginemo-lo a partir, o poeta, sentado num banco deste comboio em automotora por volta do meio-dia e meia de um dia de Verão, na Trindade, para depois chegar a Vila do Conde, sobre o Ave, uma hora depois. Teria entretanto escrito um poema para desmistificar os que não gostam desta estação? às vezes, como se sabe, ficam memórias imaginadas, se formos aVila do Conde ver Ruy Belo já desaparecido, sentado sobre um dos muros do Ave, ou passeando lentamente, no fim da tarde da pequena estrada que leva, junto ao mar, até à Póvoa do Varzim, estendendo-se pepois até A-Ver-o-Mar entre dunas e pinhais, até ao riso de uma manhã de Sol que começaria irremediavelmente na Trindade, se à praia quiséssemos ir, evidentemente - ou nem isso.
VIEGAS, Francisco José e ABREU, Maurício, Comboios Portugueses, um guia sentimental, Círculo de Leitores, 1988, p.70

16.9.05

Escola do Futuro e Aventura do Conhecimento

Deve saudar-se a parceria estabelecida entre PT e RTP na promoção do concurso de A Aventura do Conhecimento; deve ser dada nota alta ao prémio atribuído à escola vencedora, e aos seus cinco alunos, o Colégio Conciliar de Maria Imaculada de Leiria, e felicitar o jornalista José Alberto Carvalho pelo excelente trabalho efectuado em directo de Leiria.
Sobre a Escola do Futuro, deve realçar-se, no entanto, o seguinte: demorará décadas até, pelo menos, todo o parque escolar ter um quadro electrónico - o que hoje se viu no Telejornal foi mera realidade virtual; tanto entusiasmo não obliterou a evidência de publicidade gratuita para a PT; há um cinismo comercial encoberto que não foi, sequer, aflorado.
A todos aqueles que, como eu, sonham leccionar com semelhantes condições há um pedido de contenção. A páginas tantas, um engenheiro da PT disse que para além do suporte informático e didáctico (penso que foi isso) "há a parte científica, que também é importante". Como disse?
Pois é, a subversão convive muito facilmente nas escolas. Há que ter muito cuidado e discernimento. Não bastava já a escolha de manuais em função de agendas para professores e outras ridicularias...e depois sim, "há a parte científica, que também é importante".
Reprovação para o Colégio Conciliar de Maria Imaculada de Leiria por, sendo uma Escola do Fututo, nem sequer ter página na Net; tem apenas um endereço de e-mail disponibilizado pelo ME.
Parabéns à equipa Alfa de Leiria.

Da injustiça dos grupos de pressão

Vale a pena reflectir-se sobre isto durante o fim-de-semana.

Dia de Hoje - Profs vs Sócrates

A manifestação do Sindicato dos Professores da Zona Centro, ocorrida hoje de manhã na Figueira da Foz, aquando da visita a uma escola por parte do PM e da ME, merece eco e, desde já, solidariedade de todos os professores. Bravo!
1. A vaia é contestatária, não é insultuosa.
2. Em democracia, aceitam-se as críticas.
3. Quando o PM referiu eventuais insultos de professores como mau exemplo para os seus pupilos revela falta de seriedade intelectual, integridade cívica e negação da educação para a cidadania.
4. É ao contrário: são os políticos em geral, e os do elenco governativo do PS em particular, que dão maus exemplos (infelizmente, com prejuízos irreversíveis para o País).
5. Sócrates começa a sufocar. Ainda bem. Que venha um novo PR e o demita pelos motivos "que todos conhecemos".

Dia de Ontem - Carrilho vs Carmona

O confronto entre Carmona Rodrigues e Manuel Maria Carrilho, de que toda a gente fala, revelou já que o "ordinário" - Carmona dixit - vai perder as eleições e vai afastar-se ou ser afastado da vida política. Ainda bem.
Não é irrelevante, como diz, nem tampouco são coisas de bastidores não ter cumprimentado o seu opositor: é o carácter, ou a sua falta, de quem tem duas faces, de quem actua, de quem ilude.
Está tudo esclarecido.

Que ainda não seja tarde para afastar os autoritários!

O colega que nos noticiários de ontem pediu desculpa aos portugueses por ter votado nas últimas eleições legislativas no PS, acusando, o que reitero, o actual PM de desconhecer por completo a realidade das escolas e o trabalho dos professores, equivocou-se; melhor, há um equívoco quanto a quem deve pedir desculpas.
Aquando da ida do Sr. Durão Barroso para "presidente" da União Europeia - é o entendimento psicológico dos fanfarrões -, houve um erro de casting. Nunca deveria ter sido escolhido Santana Lopes, pois, à época não estava na AR. Nunca o PR deveria ter escolhido ministros, nunca o PR, depois de ter dado posse a um governo de maioria, deveria ter dissolvido a AR, argumentando "pelos motivos que todos sabem e conhecem" (?) naquilo que, e muito bem, Alberto João Jardim classificou de golpe de estado institucional.
O frete de colocar o mais arrogante e incompetente dos ministros de Guterres estava consumado, perante uma campanha, não tenho dúvidas, orquestrada pela Maçonaria - não faz sentido haver organizações secretas numa República livre e democrática.
Neste momento, deve ser o PR a pedir desculpas aos nossos/meus co-cidadãos pela incompetência da governação, pela afronta às pessoas de bem que pagam impostos, pelo ataque à função pública, pelo assassinato da Educação, por não haver política para a agricultura, pescas e florestas, justiça e saúde, por continuar a ter "prioridades" diárias consoante o apetite vomitado dos media, e a modificá-las e a contradizê-las no dia seguinte, por haver cargos de nomeação política na função pública (para que servem, então, os gestores públicos se se limitam a aplicar as normativas governamentais?) e por, já todos perceberam, corromper tentacularmente a res publica.
Nomes: Fernando Gomes (na Galp), Armando Vara (na CGD), António Guterres (posto na ONU), Paulo Pedros (na AR, depois de se ter comparado a um preso político e ter desvirtuado a essência da Democracia ao ter festejado no Parlamento) e todos os outros, que me causa repulsa escrevê-los aqui.
Deve ainda pedir desculpa pelos milhares de nomeações políticas (?).
Se o PR nomear para o TC a nulidade de que se fala e se marcar o referendum sobre o aborto apenas para disfarçar os maus resultados previsíveis nas eleições autárquicas, saberemos então que o futuro-ex-PR agiu manietado por algo, que seguramente nada tem a ver com a República de que tanto gosta de falar.
MAS CUIDADO! O maior perigo deste governo vem da sua prepotência e acção anti-democrática, resultando na privação da liberdade, mesmo a mais elementar e mais básica, o direito à indignação pela simples via da manifiestação e greve; há três meses, com os professores, agora com os militares. Apenas dois exemplos.
A falta de valores morais (nem vale a pena falar dos Republicanos) e a falta de ética e escrúpulos na acção governativa leva, necessariamente, ao autoritarismo. Não se confunda, por isso, arrogância e prepotência naturais de Sócrates com obstinação (que os media tão bem souberem berrar).
Urge agir! E por todas as formas legítimas. E em todas as profissões! Os professores, enquanto educadores, nunca animadores, podem e devem modelar o seu discurso pedagógico perante situações deste teor: denunciar é também, ou sobretudo, educar na cidadania. Já o comecei a fazer.
Sobre o que acabo de dizer, ver este pequeno texto de Manuel Pina no JN de hoje.
Primeiro despediram os funcionários públicos,
mas eu não me importei,
não sou funcionário público.
Depois proibiram a greve dos professores,
mas eu não sou professor.
Depois proibiram a manifestação dos militares,
mas eu não sou militar.
Depois foram os juízes, os polícias, os enfermeiros,
mas eu não sou juiz, nem polícia, nem enfermeiro
Agora estão a bater-me à porta,
mas já é tarde
Brecht

Ortographe Recomandée

Sobre qual a ortografia francesa a utilizar, tradicional ou rectificada, vale muito a pena ver este site e, já agora, o site da Academia Francesa.

14.9.05

«C'est quand les accents graves tournent à l'aigu que les sourcils sont en accent circonflexe.» (Pierre Dac)

Mais horas na escola... a fazer o quê?

A Srª. Ministra da Educação, reagindo às acusações de algumas entidades sindicais, disse não compreender como é que mais horas passadas na escola pelos professores - eventualmente em actividades extra-curriculares, as chamadas palhaçadas pedagógicas - comprometia o sucesso escolar.
A resposta é simples: Portugal só está na Europa geograficamente; às escolas falta tudo, nomeadamente, material didáctico paras as suas aulas e espaços (gabinetes) e ferramentas adequadas onde os professores possam trabalhar tranquilamente - planificação de aulas, correcção de exercícios e testes, realização de provas de exame, pesquisa na Internet, etc. (Sobre isto, conviria perguntar ao Sr. Guterres como anda a sua antiga paixão pela educação...)
Eu trabalho melhor em casa, no aconchego do meu computador e com a benevolência do silêncio da minha moradia. Ah! E não me perco em conversas discipientes na sala dos professores.
A Srª. ministra deveria preocupar-se em devolver aos professores a sua condição plena de docência e menos em teimar fazer de nós animadores sociais.
Ao fazê-lo reconhece, mesmo que o não queira, o falhanço das políticas sociais e laborais implementadas pelo seu governo e pelos anteriores.

sobre as reformas do ensino básico do Sr. Sócrates

Maria de Fátima, mãe

"Desde que o meu filho fique preso na escola até às 5.30h está tudo bem".

Visto e ouvido no jornal da 1 da SIC, após uma colega do ensino básico, no distrito de Bragança, ter afirmado que era de todo impossível as crianças terem uma refeição decente, tal como afirmara o Sr. Primeiro Ministro. Isto tudo depois de termos percebido que, em Bragança, o ensino de Inglês é apenas ministrado uma vez por semana, não contemplando todas as crianças.

13.9.05

Amélioration du Français

Talvez o melhor site com recursos didácticos para melhorar o FLE

http://www.ccdmd.qc.ca/fr/franc/Exercices_Enligne.html

(a ver com atenção "Musée de la Nouvelle Ortographe" - canto inferior direito).

CP, classe 9600

Don't Click! Se conseguires...

Um pequeno exercício de paciência...

http://www.dontclick.it/

O adiantamento mental

Nós, professores, sabemos que não basta definir objectivos ou competências (mínimas) a atingir pelos discentes. Importa, sobretudo, planificar, prevendo etapas de ensino graduais e comulativas. Não basta dizer, por exemplo, neste período quero que os meus alunos aprendam a utilizar em FLE preposições que indicam localização geográfica ou que se utilizam com meios de transporte. É necessário proporcionar-lhes exemplos e exercícios (de completamento, inferição de regras, etc).

Nós, professores, já percebemos que o Governo do Sr. Sócrates não tem, especialmente para a Educação, planificação rigorosa, estudada, ponderada, séria e criteriosa. É sobretudo um programa molotof, com muito volume, sem nenhum conteúdo. Lança-se para o futuro sem considerar o passado que nos cerca, o presente onde a acção se deve fazer.
As escolas primárias passam a fechar as 5.30? A quem serve isso? Aos alunos? Aos pais? Ao curriculum aplicado e imposto?
A partir deste ano, há oferta educativa de uma única língua estrangeira, o Inglês, e é isso que vai tornar o país no futuro, Sócrates dixit, mais competitivo? Sabia vossa Excelência que a língua inglesa é mínima na estruturação mental de qualquer falante, por não ter uma base flexionável desenvolvida e por o seu léxico-gramática ser bauhausiano? Por apelar apenas à memorização e não ao raciocínio? Pois não deve saber. A imposição por quê? Por que não o francês, o neerlandês, o chinês ou o checo? E por que não mesmo o Latim!?
Crê vossa excelência que a competitividade se faz abandonando o Sistema Educativo português, de acordo com uma lógica economicista, a única que o senhor conhece!, apostando no Ensino Profissional e a si chamando adolescentes que deveriam estar no ensino público? Será isto a admissão de que a Educação em Portugal faliu, não sabendo lidar com casos "problemáticos"?
As escolas profissionais oferecem equivalência ao 9º e 12º anos, inflacionando notas, pouco educando na cidadania, e recebem, sobretudo, dinheiro da União Europeia... começa a estar explicado como poupar na Educação.
Mas... que país, que profissionais e que Educação no futuro?

Nótula: uma professora destacada pela Ministra da Educação vai colaborar com o site Ciberdúvidas. Gostava de perguntar, e pergunto!, se houve concurso público, onde estão os resultados, ou se é um cargo de confiança política.

Não sais tu, saio eu!

Avisei a aluna quatro vezes para se calar. Não houve quinta vez; pois que saísse que estava a perturbar a aula.
- Num saio, num saio e num saio! -, disse cruzando os braços em gesto de desafio.
Respondi-lhe emocionado que se deixasse estar, que saía eu. E saí.
Para espanto geral da turma. E meu. Cheguei mais cedo a casa.

Regresso

Não interessa que tenha passado um ano. Importa sim que o interesse e dedicação pelo ensino não tenham esmorecido.
Bom dia.